tag:blogger.com,1999:blog-15200972297947654292024-02-07T08:50:53.916-03:00ex libris p.a.marangonip.a.marangonihttp://www.blogger.com/profile/12041959482514730936noreply@blogger.comBlogger34125tag:blogger.com,1999:blog-1520097229794765429.post-24632231827897648852024-01-20T08:27:00.002-03:002024-01-20T11:40:33.342-03:00Seis ebooks para free download<p> Clique nos links para acessar ou fazer o download em PDF grátis. <span style="text-align: justify;"><b>Aceite o desafio</b></span><b style="text-align: justify;"> de sair de seu falso conforto psicológico e penetre no mundo miserável da cidadã Maria, (<a href="https://drive.google.com/file/d/1jtVGT0WCojsiKXUtRKCq6MHRztESwp-u/view?usp=sharing">Maria da Silva</a>) na loucura do normal professor J.C. (<a href="https://drive.google.com/file/d/15v7upSgdQeOvq6B0Go8uqy2YvoNZ8Cnh/view?usp=sharing">A conspiração de Santo Antonio do Desamparo</a>), na real crença do descrente Arthur, (<a href="https://drive.google.com/file/d/10TKSGj6rH0OyrNtXi-O-i1oO8de_Na83/view?usp=sharing">Angústias de um peixe-voador</a>), na tragédia de uma viuvez (<a href="https://drive.google.com/file/d/18P7TcDFhyIFs3ujLEoqmgRffhh7JMsSO/view?usp=sharing">As brumas não são eternas</a>). Não os veja como personagens fictícios, eles podem estar presentes em você, miseravelmente desnudo em "<a href="https://drive.google.com/file/d/1V0tYVHd-rUVSaOtfJ9_imyy3R19Jfce_/view?usp=sharing">O infinito não tem pressa</a>"... Depois viva intensamente com "<a href="https://drive.google.com/file/d/1zAeSLD_Zhsd9eKh71TdscQwRA_pnYaQe/view?usp=sharing">Quimeras Incas</a>", ainda há tempo...</b></p><p style="text-align: justify;"><b>ANGÚSTIAS DE UM PEIXE-VOADOR</b></p><p style="text-align: justify;">"Era um cérebro instalado em um barco de carne e ossos ao sabor das ondas sociais, pronto a saborear as mais diversas paisagens como pano de fundo ao seu filosofar. Questionamentos de terceiros eram apenas o murmúrio do mar, assovios dos ventos." </p><p style="text-align: justify;"><span></span></p><p style="text-align: justify;">Arthur e o encarar do real com a coragem de virar as costas para os robotizados cidadãos "bem-sucedidos". Via-se como um peixe-voador que havia nascido quando principiava a sair d'água para seu salto e que, momentos depois cairia novamente na inconsciência quando voltasse a tocar na superfície límpida, calma, indiferente de um mar infinito chamado Universo. Sabia que nesta reentrada por mais que se agitasse apenas provocaria alguns respingos que logo desapareceriam. Sabia que era nada e tudo ao mesmo tempo, pois era de <i>Arthurs</i>, pedras, árvores, água e tudo mais que era formado o Todo, peças intercambiáveis construindo ao acaso. E o acaso dotara Arthur de uma qualidade duvidosa, a de, neste salto milimétrico e efêmero, fazer uso de uma consciência transitória, ver-se, sentir-se, observar. Era um pobre ser humano, a mais inútil das criaturas numa realidade igualmente inútil.</p><p style="text-align: justify;"><b>MARIA DA SILVA</b></p><p style="text-align: justify;">Maria é uma catadora de lixo. Sem descrições supérfluas, assim a imaginação do leitor comporá o ambiente lendo o drama com o cenário que conhece, que acontece perto de si, que visualiza no dia a dia e cujo cerne desconhece ou finge não conhecer. Diariamente Marias morrem de inanição e doenças não tratadas, numa breve e trágica passada pela vida levando consigo toda uma história ignorada pelos demais distintos cidadãos. </p><p style="text-align: justify;"><b>A CONSPIRAÇÃO DE SANTO ANTONIO DO DESAMPARO</b></p><p style="text-align: justify;">Entre na mente do professor J.C. Raciocine em conjunto e acompanhe os passos lógicos e convincentes. Olhe para fora e veja um mundo perverso e ameaçador através da fragilidade do chip orgânico chamado cérebro, de uso contínuo, acumulando os arquivos fragmentados de sonhos desfeitos, ódios recalcados, medos, decepções e tristezas sem que seja feita no decorrer de sua vida útil uma manutenção efetiva, uma limpeza de disco, uma desfragmentação, um escaneamento com antivírus. J.C. é a vítima e o vilão também existe para todos nós que o adulamos, servimos, tentamos conquistar, enchemos-lhe de sorrisos e acenos mas é um monstro hipócrita, amoral, cruel, castrador, dissoluto, ditatorial: a Sociedade. </p><p style="text-align: justify;"><b>AS BRUMAS NÃO SÃO ETERNAS</b></p><p style="text-align: justify;">Transcorreram céleres os 80 anos desde meu nascimento. Mas só agora medito mais frequentemente sobre isso, só agora quando tudo está quase parado, tudo parece penosamente em câmera lenta como num filme, um filme de terror… Considerando o tempo de vida de meus falecidos pais ainda teria uma década pela frente, mas definho. Sei que ainda consigo andar, mas não me deixam. Ainda posso falar, mas para quê? Para me ignorarem como a uma criança ou pior, mandarem-me calar? De meu, só meu, inalcançável pelos inimigos tenho a mente que luta para se manter lúcida a cada dia, cada minuto. Uma cidadela ainda segura. Fora dela tudo são brumas onde prudentemente devo permanecer com o mínimo de movimentação possível, sem interferir, acatar sem protestar para fugir ao castigo. Sou um objeto frágil, obsoleto, portanto descartável. Quem são os inimigos a quem a bruma favorece? São aqueles que me enxergam como um alvo a ser espoliado e outros mais jovens, cheios -por enquanto- de vigor que investidos de autoridade dada por tempo passado em uma sala de aula e não pela vida, ignoram meus pedidos de socorro e apenas sorriem com ar de comiseração e que não entendem que estão cursando, na Universidade da Vida, o estágio para a velhice e todos os que a morte não surpreender antes receberão seu diploma, serão o que hoje sou. Meu corpo é um invólucro jogado de um lado para o outro, massa que deve se apresentar inerte, que todos esperam que esteja inerte, que não atrapalhe a velocidade inútil da sociedade em sua desabalada corrida sem rumo.</p><p style="text-align: justify;">Um relato na primeira pessoa e comentários na terceira pessoa de uma arrasadora viuvez e suas consequências, a busca por uma solução passando por pensamentos suicidas e chegando à contratação de um cuidador de idosos para amenizar a solidão; os maus tratos decorrentes, fragilizado e nas mãos de um casal de pequenos vigaristas. A degradação paulatina, a busca de explicações lógicas para aceitar a humilhação e a salvação representada por uma maravilhosa e decidida mulher... </p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;"><b style="font-size: large;">O INFINITO NÃO TEM PRESSA</b></p><p style="text-align: justify;">Tragicomédia em muitos atos representada pelos humanoides no teatro Planeta Terra (pretensa propriedade de um suposto Deus) com direção do ausente Estado) </p><p style="text-align: justify;">Este livro, de convicta lavra ateísta, contém conceitos que embora frutos de coerente raciocínio podem, por força da hipocrisia social e ambiguidade das leis serem tomados por apologia ao anarquismo, violência e racismo. Não é um manual, tampouco autoajuda, devendo ser entendido como um contrapor racional às discussões sobre os citados assuntos, usando o direito da livre manifestação do pensamento. Leitura, portanto não recomendada a indivíduos sugestionáveis, abrangidos aí os adolescentes.</p><p style="text-align: justify;">Este não é um livro politicamente correto. Os conceitos nele contidos não sofrem a influência ridícula e ficcional das religiões, não acatam as imposições ditas científicas incompreensíveis e aceitas sem contestação, nem as inconsequentes, teóricas e irreais prosopopeias acadêmicas, não se curvando às pressões de grupamentos raciais, políticos ou sociais que em nome do chamado “politicamente correto” querem impor sua incapacidade e incompetência como direito às benesses conseguidas pelo esforço dos demais. A primeira parte, A angústia de Deus, é uma teoria mais plausível, mais digerível, do surgimento do Universo, sem dogmas e deuses barbados fabricando criaturas pouco funcionais, com intestino grosso e delgado, pâncreas, amígdalas e outros complementos estranhos -por quê não uma que se alimentasse de ar, por exemplo- e, na segunda parte, Os filhos do Nada, uma vez deixado claro que somos fruto do acaso, sem prêmios ou castigos de hipotéticos céus ou infernos, tento fazer um balanço do caos que é a vida inteligente no planeta, nossos muitos erros e poucos acertos em busca de um rumo, tentando fugir da Grande Manada, a terceira e simbolicamente derradeira parte…</p><p><br /></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><b>QUIMERAS
INCAS</b></span></div><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Passados quinze anos de esperanças, descendo e acelerando na
ladeira da morte, resolvi abrir mão das minhas toneladas de riqueza
e história lacradas na lama amazônica, não por altruísmo, mas por
absoluta impossibilidade de conquistá-las sozinho e a consciência
de que o peso dos problemas será igual ao peso do ouro. Ouro? Quem
disse ouro? Este nome poderia ser somente uma alegoria, batizando
algo bom e desejado e ao mesmo tempo maldito, porque me perseguiu e
me fez abrir mão da tranquilidade de vários empregos seguros por
saber que ele me acompanhava, me esperava. Como um bilhete de loteria
premiado em mãos, é só ir lá receber... Mas alternava desejo e
desprezo. Lugarzinho difícil, maldito, achado porque minha copiloto
era neófita na região e eu, displicente comandante antigo, deixava
o pesado helicóptero vagar em sua rota no Paraíso Verde, ora à
direita, ora à esquerda, por ter em minha mente a posição do rio
Juruá e a qualquer momento podia assumir o controle e aproar para
ele, seguindo até nosso destino. Fui falar em ouro, muito ouro,
então, para evitar complicações e correrias, deixo claro que isso
aqui é um romance escrito por um velho enfadado para passar o tempo
restante neste planetazinho ordinário. Se for perguntado, desminto
tudo. Têm personagens verdadeiros? Alguns. Locais verdadeiros?
Alguns. Relatos verdadeiros? Alguns. Tudo misturado para não ter
muito trabalho mental ao escrever. Se querem verificar, perguntem aos
personagens verdadeiros, eles se lembrarão de algumas passagens.
Chequem os mapas, lá estarão algumas curvas de rio importantes...
Juntem tudo e terão a verdade. Querem ir lá? Não recomendo, mas
tudo é aventura e surpresas acontecem. Tranquilo ao escrever após
tanto tempo, pois quem conhece a Amazônia sabe que um cadáver não
fica apodrecendo no mesmo lugar, dissolve-se e vira adubo, mas só o
pouquinho que porventura sobrar do banquete animal. Escritor amador,
já falei demais na primeira página, em vez de fazer suspense e
deixar as coisas acontecerem em seu devido tempo... Colocando as
ideias em ordem, caminho lentamente pela sala de meu velho casarão
nesta manhã de sábado, todas as janelas frontais – e são muitas
– estão fechadas, apenas as laterais eu tenho aberto ultimamente.
Já não existo, nada mais a dizer. Mas sim escrever, a última
travessura, lançar a confusão e fugir para o túmulo... Contemplo
meus móveis antigos, minhas fotos de África, a gloriosa verde e
branca bandeira da Rhodesia dependurada na parede. Olho para o canto
da biblioteca e abro um largo e raro sorriso. Sobre uma base de
madeira, mogno creio eu, está minha peça de trator, com a qual
todas minhas ex esposas implicavam, “que disparate”, uma peça
feia, pesada, “você nunca teve nada com tratores”, “não tem
nada a ver com a decoração”... Até mesmo os ladrões quando
roubaram a casa no sítio em uma de minhas várias ausências,
desprezaram-na. Levaram minhas peles de onça, antiguidades, mas a
roda motriz 320 da Caterpillar, com seus incômodos 36 quilos,
pintada com o clássico amarelão, lá ficou, sem valor, sem
importância. Escrito com pincel e tinta preta, grosseiramente, lá
está o S/N, o “serial number” se destacando contra o
amarelo:8E9805. Assim, desprezada, ela viajou de Eirunepé, Amazonas,
dentro de um rústico engradado, com alguns pedaços de papelão nas
bordas, reforçado com aquelas tirinhas metálicas para não romper,
numa balsa até Manaus. Sem seguro, declarada como peça
recondicionada, sem valor comercial... Depois Belém, ainda de balsa,
depois São Paulo, na carroceria de um caminhão de transportadora. A
recebi passado uns dois meses, caixote todo se arrebentando pelos
maus tratos. Trinta e seis quilos de ouro inca que não tive coragem
ou necessidade de usar durante 15 anos... Ínfima parcela do que me
esperava lá na selva, com o mapa guardado aqui na cabeça, apenas
alguns lingotes que pude carregar, deixados no terreno pelos
saqueadores... A ideia fora muito boa para se livrar da fiscalização
rígida, controlando a saída do ouro de garimpos clandestinos,
rígida porque buscava angariar subornos...A peça velha do trator de
esteira, a primeira que achei no ferro velho, areia fina molhada e
prensada para o molde e um maçarico bastaram. Depois, o acabamento
com uma lima, um pouco de tinta amarela e preta e foi só despachar,
do modo mais barato possível disponível na praça. Nunca a
considerei dinheiro, porque não a enxergo na cor amarela,
apresenta-se vermelha, de sangue. Não valeu a pena... O que chamo de
ouro, quimera, não mais me fará diferença e os cadáveres que
aparecerão na história, tenho certeza que não estarão no terreno
onde foram deixados, quinze longos e úmidos anos atrás. Isto é um
romance, caras autoridades... </span></p><p style="text-align: center;">
</p><p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;"><br />
</p><div style="text-align: center;">********</div><div style="text-align: justify;"><p style="text-align: center;"><br /></p><p>Longe da exagerada ficção, as vidas de Arthur, Maria, J.C. e o octogenário viúvo estão, diria eu, aquém do cruel e indiferente real. É preciso encarar a vida sem o escudo confortável de um suposto Deus e o estelionato das promessas de paraísos pós morte. A duvidosa benesse de uma consciência fugaz, transitória, presente na inteligência rudimentar desenvolvida nos humanoides só tem produzido resultados desastrosos em relação aos outros animais que se desenvolveram neste mesmo planetinha vulgar; estimulamos e desenvolvemos a agressividade além corpo com armas de destruição, usamos a mente para manter um perpétuo cio superlotando a superfície terrestre além do que ela pode suportar em alimentos e usamos a filosofia equivocadamente partindo de bases frágeis e insanas que nos colocam como seres superiores. Não passamos de um corpo abobalhado e frágil arrastado aos trambolhões por um cérebro instável e desordenado, um computador primário infestado de vírus e sobrecarregado por arquivos inúteis e corrompidos. </p></div><div style="text-align: justify;">SOBREMESA: Para não ficar o gosto amargo, vamos adoçar com dois contos infantis, também grátis: <b><a href="https://drive.google.com/file/d/1f5RDDOfwP-JHv0hIU9xAzpxaSMHxU0Vb/view?usp=sharing">O Rei Gordo Barrigudo</a></b> e <b><a href="https://drive.google.com/file/d/1TcM-OBY7bkeyQTrXV9V_-zPDPo0s-hmX/view?usp=sharing">As feias bruxas, as belas princesas, e seus castelos sempre distantes...</a> </b>Boa leitura!</div><div style="text-align: center;">******</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">PS. Algumas obras acima se encontram à venda nas livrarias, em edição impressa e versões em inglês, espanhol, italiano e alemão.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div>p.a.marangonihttp://www.blogger.com/profile/12041959482514730936noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1520097229794765429.post-70374364460749191852019-09-22T06:23:00.001-03:002023-06-16T11:50:06.261-03:00Do surgimento aleatório do ser humano ao progresso rumo a sua extinção<span style="font-family: inherit; text-align: justify;">P.A.Marangoni</span><br />
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">E “Deus” criou o homem, o ornitorrinco e o pangolim... Imaginação fértil a do barbudo, só não suplanta a do próprio homem que O criou para não se sentir uma obra do acaso.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Cheguei aos 70 anos, prestes a ser desmontado e olho para trás. Realizei coisas interessantes nas passadas décadas, mas que foram engolidas pelo tempo, esse vilão que não conseguimos entender e dominar, e tudo o que fiz, passei, realizei, tem a mesma textura palpável de um filme de ficção ou uma historinha infantil, ou seja, nada. Qual o valor da vida? Qual o futuro do animal humano que desenvolveu a capacidade de acumular conhecimentos e ao juntá-los consegue tomar atitudes e criar eventos aparentemente inéditos, mas que não passam de uma mistura de experiências já vividas, próprias ou alheias? Mas o animal homem chama isso de inteligência e se acredita superior aos demais seres viventes do planeta, todos surgidos aleatoriamente – inclusive o próprio planeta.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">E o Homem idealizou Deus, os anjos, a alma... Imaginação fértil a dos bípedes pelados, juntando fatos que não entendem mas os veem como um aval à sua superioridade e da garantida continuação da vida após a morte, um evento que nada mais é que a dissolução de um ser vivente que retorna ao estado original de partículas que se aglutinarão às demais ou vagarão como gases por aí, sem qualquer consciência.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">A vida consciente ou qualquer forma de vida e o próprio Universo, não tem sentido ou valor, pois não ser é superior a ser, o Nada é superior ao Todo. O tempo engole a tudo e a todos e não os defeca, nada resta num tempo infinito.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">O futuro distante não é o paraíso sonhado. Com plena “felicidade” advinda do conhecimento não há necessidade de vínculos afetivos, o indivíduo se basta; com pleno conhecimento para manter indefinidamente os arquivos da mente de forma artificial e aperfeiçoada, não há necessidade de um corpo perecível para armazená-lo e elimina-se a procriação, ato primitivo de seres de curta duração para a sobrevivência de sua Espécie. Assim será o futuro, seres de material artificial e renovável, autossuficientes, rumando para a construção de uma única máquina que englobe todo o conhecimento, o que tornará obsoleta a função do “poder”, origem dos nossos males. Verdadeiramente será essa máquina o “Deus” real. Os humanos de carne e ossos são apenas formas de vidas intermediárias, que deram início ao processo mas destinadas à extinção por sua própria vontade, através da evolução. E depois virá o Nada, pois uma máquina perfeita saberá que o Nada é infinitamente superior à existência e se auto consumirá, levando consigo todo o inútil Universo.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
</div>
</div>
p.a.marangonihttp://www.blogger.com/profile/12041959482514730936noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1520097229794765429.post-37057110577821682332019-03-10T09:46:00.002-03:002019-03-10T09:49:15.996-03:00Maria da Silva: Lediglich ein Bild des brasilianischen Alltags <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTz7vz6XZRDI8zZgUaIRK3d3HwCqKL8S4qxXu_SOxHiV2PdVYj3qvLl5sa4F2JQnTRdzFo4EQg7TXV5ts3AO6Rf32_IK1p2IECOV3UOo73lJAM-s38PEHvPkyQdN10o1olS60H_TcjNCY/s1600/capa+maria+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1000" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTz7vz6XZRDI8zZgUaIRK3d3HwCqKL8S4qxXu_SOxHiV2PdVYj3qvLl5sa4F2JQnTRdzFo4EQg7TXV5ts3AO6Rf32_IK1p2IECOV3UOo73lJAM-s38PEHvPkyQdN10o1olS60H_TcjNCY/s400/capa+maria+2.jpg" width="250" /></a></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<span style="font-variant: normal;"><span style="color: #333333;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><span style="letter-spacing: normal;"><span style="font-style: normal;"><span style="font-weight: normal;"><br /></span></span></span></span></span></span></span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<span style="font-variant: normal;"><span style="color: #333333;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><span style="letter-spacing: normal;"><span style="font-style: normal;"><span style="font-weight: normal;"><br /></span></span></span></span></span></span></span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<span style="font-variant: normal;"><span style="color: #333333;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><span style="letter-spacing: normal;"><span style="font-style: normal;"><span style="font-weight: normal;"><br /></span></span></span></span></span></span></span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">
<span style="font-variant: normal;"><span style="color: #333333;"><span style="font-family: inherit;"><span style="letter-spacing: normal;"><span style="font-style: normal;"><span style="font-weight: normal;">Man
kann "Maria da Silva" nicht als Science-Fiction
bezeichnen, weil es ein Porträt des Alltags ist, ohne zu
beschönigen. Ein kleines Buch über die kurze Lebensdauer einer
Müllsammlerin. Hier gibt es keine überflüssigen Beschreibungen, so
dass die Phantasie des Lesers die Umgebung zusammenfügen muss, indem
er das Drama im Rahmen der Szene liest, die er kennt, die sich in
seiner Nähe abspielt, die er im Alltag visualisiert und deren Herz
er nicht kennt. "Marias da Silva" sterben täglich an
Hunger und unbehandelten Krankheiten in einer kurzen und tragischen
Reise des Lebens, und bergen darin eine ganze Geschichte, die von
anderen Mitbürgern ignoriert wird. Es ist an der Zeit, sie als
menschliche Wesen zu sehen, und dieses kleine Buch kann dabei helfen.
Ich habe das Gefühl, dass das Werk nicht mir gehört, ich bin nur
der Moderator der Botschaft von Maria da Silva. Ich glaube, wenn sich
einige Leser ändern, nachdem sie dies kennengelernt haben, und sei
es nur, dass sich der Ausdruck ihres Blickes auf die Müllsammler
ändert - die das Verabscheute sammeln und nicht betteln - wird die
mir zufällig anvertraute Mission erfüllt sein ...</span></span></span></span></span></span>
</div>
<br />
<br />
<a href="https://www.amazon.de/Maria-Silva-Lediglich-brasilianischen-Alltags-ebook/dp/B07PFT6G48/ref=sr_1_1?ie=UTF8&qid=1552221894&sr=8-1&keywords=Maria+da+Silva%3A+Lediglich+ein+Bild+des+brasilianischen+Alltags">MARIA DA SILVA</a><br />
<br />p.a.marangonihttp://www.blogger.com/profile/12041959482514730936noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1520097229794765429.post-6940383605181887292018-07-04T19:58:00.006-03:002022-01-28T10:10:02.924-03:00OS VARÕES ILLUSTRES DO BRAZIL DURANTE OS TEMPOS COLONIÁES<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiy0dnMHyOUXSZKmf_L_ROL50rM68X6hgc0scvanzNFDEUBOgoIX89uMawe0-Wzu86KEPObzOHsxU-hTy4C-LTZN1bnq66y8rs5XyU3Qa98pDoqhYAr3MfmutRZLPeGqkYVjSitBekiu3E/s1600/blog.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="900" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiy0dnMHyOUXSZKmf_L_ROL50rM68X6hgc0scvanzNFDEUBOgoIX89uMawe0-Wzu86KEPObzOHsxU-hTy4C-LTZN1bnq66y8rs5XyU3Qa98pDoqhYAr3MfmutRZLPeGqkYVjSitBekiu3E/s400/blog.jpg" width="400" /></a></div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
</div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-variant: normal;"><span style="color: #222222;"><span style="letter-spacing: normal;">
</span></span></span>“Os varões
illustres do Brazil durante os tempos coloniáes” de J. M. Pereira
da Silva é uma obra que através do tempo tornou-se preciosa para
pesquisadores e leitores
curiosos como um interessante retrato de época, quando, sem os
recursos de mídia de hoje, a literatura em prosa e verso tinha um
peso igual aos discursos políticos, até mesmo mais difundidos por
usar um veículo lúdico. Poetas ou políticos, cientistas ou
religiosos, foram
poucos os que
conseguiram romper as névoas do anonimato em um período de parca
comunicação e permanecerem como os <i>varões illustres</i> dos tempos
coloniais<i> </i>até nossos dias. Procurando a obra de J. M. Pereira da
Silva, encontrei várias cópias
impressas e arquivos digitais,<span>
m<span style="font-variant: normal;"><span style="color: #222222;"><span style="font-size: small;"><span style="letter-spacing: normal;"><span style="font-style: normal;"><span style="font-weight: normal;">ui</span></span></span></span></span></span>t<span style="font-variant: normal;"><span style="color: #222222;"><span style="font-size: small;"><span style="letter-spacing: normal;"><span style="font-style: normal;"><span style="font-weight: normal;">as
até gratuitas, </span></span></span></span></span></span><span style="font-variant: normal;"><span style="color: #222222;"><span style="font-size: small;"><span style="letter-spacing: normal;"><span style="font-style: normal;"><span style="font-weight: normal;">mas
todas </span></span></span></span></span></span>em
fac-símile,</span> o que dificulta a leitura, estudo ou consulta pelo tipo
da impressão original, centenária<span style="font-weight: normal;">!</span>
Para oferecer uma opção mais prática, formatei o
texto em Arial 12,
atualizei o sumário, <span style="font-variant: normal;"><span style="color: #222222;"><span style="font-size: small;"><span style="letter-spacing: normal;"><span style="font-style: normal;"><span style="font-weight: normal;">il</span></span></span></span></span></span><span style="font-variant: normal;"><span style="color: #222222;"><span style="font-size: small;"><span style="letter-spacing: normal;"><span style="font-style: normal;"><span style="font-weight: normal;">u</span></span></span></span></span></span><span style="font-variant: normal;"><span style="color: #222222;"><span style="font-size: small;"><span style="letter-spacing: normal;"><span style="font-style: normal;"><span style="font-weight: normal;">strei
com os personagens e suas obras</span></span></span></span></span></span>
e editei <span style="color: #222222;">os dois tomos num só arquivo, que disponibilizo abaixo para os interessados.</span> <span style="font-variant: normal;"><span style="color: #222222;"><span style="font-size: small;"><span style="letter-spacing: normal;"><span style="font-style: normal;"><span style="font-weight: normal;">Mantive
a grafia original, </span></span></span></span></span></span>pois
assim permanecendo, sem que a compreensão seja afetada, torna-se um
fator a mais<span style="font-variant: normal;"><span style="color: #222222;"><span style="font-size: small;"><span style="letter-spacing: normal;"><span style="font-style: normal;"><span style="font-weight: normal;">
para </span></span></span></span></span></span><span style="font-variant: normal;"><span style="color: #222222;"><span style="font-size: small;"><span style="letter-spacing: normal;"><span style="font-style: normal;"><span style="font-weight: normal;">nos
envolver</span></span></span></span></span></span><span style="font-variant: normal;"><span style="color: #222222;"><span style="font-size: small;"><span style="letter-spacing: normal;"><span style="font-style: normal;"><span style="font-weight: normal;">
</span></span></span></span></span></span><span style="font-variant: normal;"><span style="color: #222222;"><span style="font-size: small;"><span style="letter-spacing: normal;"><span style="font-style: normal;"><span style="font-weight: normal;">n</span></span></span></span></span></span><span style="font-variant: normal;"><span style="color: #222222;"><span style="font-size: small;"><span style="letter-spacing: normal;"><span style="font-style: normal;"><span style="font-weight: normal;">esse
saboroso mergulho </span></span></span></span></span></span><span style="font-variant: normal;"><span style="color: #222222;"><span style="font-size: small;"><span style="letter-spacing: normal;"><span style="font-style: normal;"><span style="font-weight: normal;">na
História</span></span></span></span></span></span><span style="font-variant: normal;"><span style="color: #222222;"><span style="font-size: small;"><span style="letter-spacing: normal;"><span style="font-style: normal;"><span style="font-weight: normal;">.</span></span></span></span></span></span></span></div><div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-variant: normal;"><span style="color: #222222;"><span style="font-size: small;"><span style="letter-spacing: normal;"><span style="font-style: normal;"><span style="font-weight: normal;"><br /></span></span></span></span></span></span></span></div><div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-variant: normal;"><span style="color: #222222;"><span style="font-size: small;"><span style="letter-spacing: normal;"><span style="font-style: normal;"><span style="font-weight: normal;"><a href="https://drive.google.com/file/d/1cODHBRNYoP-CaXNFZJKTcv41DNJt0HZN/view?usp=sharing">FREE DOWNLOAD PDF</a><br /></span></span></span></span></span></span></span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-variant: normal;"><span style="color: #222222;"><span style="font-size: small;"><span style="letter-spacing: normal;"><span style="font-style: normal;"><span style="font-weight: normal;"><br /></span></span></span></span></span></span></span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-variant: normal;"><span style="color: #222222;"><span style="font-size: small;"><span style="letter-spacing: normal;"><span style="font-style: normal;"><br /></span></span></span></span></span></span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-variant: normal;"><span style="color: #222222;"><span style="font-size: small;"><span style="letter-spacing: normal;"><span style="font-style: normal;"><br /></span></span></span></span></span></span></div>
<br />p.a.marangonihttp://www.blogger.com/profile/12041959482514730936noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1520097229794765429.post-14127694490383001652017-10-26T09:40:00.001-02:002018-05-24T12:08:10.855-03:00A Eutanásia,o suicídio e o romance "Johnny vai à guerra" de Dalton Trumbo<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Aos que não admitem as duas alternativas citadas no título acima contra o sofrimento físico ou mental,sugiro que assistam ao sufocante e inesquecível filme originado deste aterrorizante livro,aterrorizante porque real,porque nos dá uma cutucada nas costas -hei,você!!- enquanto tentamos passar apressadamente por casos semelhantes fingindo nada ver e nos atira a podre hipocrisia social na cara. O romance baseado em fato real sobre um jovem soldado da primeira guerra mundial que mutilado -sem braços,pernas, cego, mudo- resume-se a um tronco jogado em uma cama mantendo um cérebro com consciência plena,na mais completa angústia de não poder se comunicar e -sem meios de se matar- ter a tortura de viver prolongada inutilmente em nome de princípios éticos e religiosos dos que o “cuidam”. Não é relevante que seja um mutilado de guerra; poderia ser uma vítima de acidente automobilístico, uma doença incurável ou mesmo sobre um ser saudável que por filosofia própria não deseje mais viver, mas seu sofrimento é prolongado inutilmente pelos demais membros da sociedade humana atrelados à regras, crendices, medos, covardias e de indevida autoridade sobre a vida alheia.</span><br />
<br />
<span style="font-family: inherit;">O livro, de aproximadamente 230 páginas publicado em 1939 é encontrado em português; quanto ao filme, que recomendo pela sua dramaticidade plenamente explorada pelo próprio escritor que dirige sua obra no cinema, pode ser encontrado em DVD. Dalton Trumbo, autor do livro e diretor do filme, apesar de sua atribulada vida política, é um profissional ímpar, roteirista de obras como Spartacus, Exodus, Papillon, Roman Holiday (Oscar de melhor história, 1953), The Brave One (também Oscar de melhor história em 1956). As lembranças,sonhos ou alucinações do jovem mutilado nos são apresentadas em cor, enquanto que no tempo presente,na cama de hospital, as imagens são em branco e preto. A angústia presente durante o transcorrer do drama é arrematada por um final que nos deixa sentados inertes, com uma sensação acovardada de “não devia ter assistido”... Não recomendo a quem prefere passar ao largo de verdades que nos apontam o dedo acusador. Recomendo firmemente aos contrários à eutanásia e os que criticam os suicidas.</span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Considero o suicídio uma decisão soberana de cada ser humano, um direito inalienável, indiscutível. Quanto à eutanásia, os ventos da racionalidade já começam a soprar favoravelmente com vários textos sendo analisados no Senado, além de uma legislação flexível que permite ao juiz julgar caso a caso e inclusive deixar de aplicar a pena. Em casos irreversíveis de doenças ou traumas,desde que atestado por dois médicos é permitido que aparelhos que mantenham artificialmente a vida sejam desligados.(ortotanásia). Aos que após assistirem o filme e começarem a ter pesadelos -plenamente justificáveis- lembro que é possível e legal o Testamento Vital, que segundo o Conselho Federal de Medicina, pode ser feito por qualquer pessoa maior de 18 anos, mentalmente saudável e inclusive -por vias de dúvida- nomear um representante legal para garantir que a vida do interessado não seja prolongada inutilmente e nem mesmo os parentes próximos poderão contestar.</span></div>
<br />
<div>
<a href="http://www.conjur.com.br/2012-set-04/testamento-vital-permite-paciente-decida-tratamento"><span style="font-family: inherit;">Clique aqui e tire suas dúvidas</span></a><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;">A vida não tem preço? Isso é um problema de cada um,único dono da própria; cabe somente ao proprietário estipular seu preço e sobretudo seu prazo de validade...</span></span></div>
<br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: inherit;">******</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>“A morte, eleita livremente, a morte no tempo certo, com claridade e alegria, empreendida em meio a crianças e testemunhas, de modo que uma real despedida ainda é possível, onde este que se despede ainda está aí, assim como uma apreciação real do que foi alcançado e querido, uma soma da vida – tudo em contraposição à comédia deplorável e horripilante que o cristianismo levou a cabo com a hora da morte (…) a morte sob condições desprezíveis não é uma morte livre, ela não é uma morte no tempo certo, ela é a morte de um covarde. Dever-se-ia por amor à vida – desejar a morte de outra forma, a morte livre, consciente, sem acaso, sem a tomada de assalto…" </i>(Nietzsche)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="line-height: 0.49cm; margin-bottom: 0.35cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="color: #00000a;"><span style="background: rgb(255, 255, 255);"><br /><a href="https://ebookspamarangoni.blogspot.com.br/2014/07/a-opcao-pela-morte_6.html">Sobre o assunto nesse blog, clique</a></span></span></span></div>
</div>
p.a.marangonihttp://www.blogger.com/profile/12041959482514730936noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1520097229794765429.post-3356555899789980912017-02-02T08:10:00.001-02:002017-02-03T05:39:06.847-02:00A Glimpse of Brazilian Reality<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiM8UbRrl2Ak1NJj3Ou8pHAbwINhnj52ofMsdAwLg6oqMrv3ee8I_unbYYusdVPt4jAYRl7VcGBROuQeO9GzwU4GWdkmm0CqUCnqc8WYvZ7HpjoTeHNkR1lmFqu7FpwBwkm8o_UbX5l62o/s1600/c+e+cc+maria+eng.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiM8UbRrl2Ak1NJj3Ou8pHAbwINhnj52ofMsdAwLg6oqMrv3ee8I_unbYYusdVPt4jAYRl7VcGBROuQeO9GzwU4GWdkmm0CqUCnqc8WYvZ7HpjoTeHNkR1lmFqu7FpwBwkm8o_UbX5l62o/s400/c+e+cc+maria+eng.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">“Maria da Silva” is
not entirely a work of fiction but more like an unembellished glimpse of
Brazilian reality. A thin book about the short life of a rubbish scavenger. The
lack of superfluous descriptions here is intentional so the mind of the reader
can recreate a setting that is more familiar to him or her. A place they might
see on a day-to-day basis but whose essence they do not understand.
"Marias da Silva" die every day of starvation and untreated diseases
in a brief and tragic passage through life, taking with them a story that is
overlooked by most. It is time for us to look at these people as human beings
and this thin little book may help with that. I feel that this work is not
mine. I am only the deliverer of Maria da Silva's message. I believe that if a
few readers change after reading this, even if only by the expression on their
faces when they see a rubbish scavenger - who lives from things unwanted and
not from begging - the mission I have been given by chance will have been
accomplished.</span><br />
<span lang="EN-US" style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span>
<span lang="EN-US" style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span>
<span lang="EN-US" style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><a href="https://www.amazon.com/dp/B01N3ADSDH">Amazon</a></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><a href="http://www.barnesandnoble.com/w/maria-da-silva-a-glimpse-of-brazilian-reality-pedro-marangoni/1125595024">Barnes&Noble</a></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<a href="https://www.kobo.com/gb/en/ebook/maria-da-silva-a-glimpse-of-brazilian-reality">KOBO</a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<a href="https://pt.scribd.com/book/338123543/Maria-da-Silva-A-glimpse-of-Brazilian-reality">Scribd</a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
p.a.marangonihttp://www.blogger.com/profile/12041959482514730936noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1520097229794765429.post-16203365627112101822017-01-29T05:20:00.000-02:002017-01-29T05:33:30.556-02:00A inútil busca da felicidade<div class="MsoNormal">
“<i>pagãos inocentes da decadência</i>” (f.pessoa)</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
As crianças –só as pequeninas- são as únicas verdadeiramente felizes. Vivem o
momento. São felizes porque não tem conhecimento. Ainda não se descobriram, nem
aos demais pobres seres semelhantes. Depois são paulatinamente esmagadas como todos
os adultos pela noção, ainda que recusada e escondida num recanto do cérebro,
de uma existência cruel rumo ao nada, engolfados por uma coleção de complementos
inventados para obnubilar a consciência e o acúmulo de saber inconcluso que espicaçam a cada ato, a cada momento, e
deixam o humano no limiar do desespero ou da loucura, que nada mais é que outra
forma de viver, tão válida como a dos chamados sãos. O final será o mesmo para
ambos. O que é a música, o amor, as bebidas, as drogas, as religiões, os
deuses, senão fórmulas exatamente iguais de enevoar, atenuar uma existência
absurda, inútil? </div>
p.a.marangonihttp://www.blogger.com/profile/12041959482514730936noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1520097229794765429.post-77721371675924875922016-11-23T15:53:00.001-02:002016-11-23T15:56:14.898-02:00Eficiência coroada<iframe src="//www.slideshare.net/slideshow/embed_code/key/oP3PP6UMaRQGuR" width="668" height="714" frameborder="0" marginwidth="0" marginheight="0" scrolling="no" style="border:1px solid #CCC; border-width:1px; margin-bottom:5px; max-width: 100%;" allowfullscreen> </iframe> <div style="margin-bottom:5px"> <strong> <a href="//www.slideshare.net/pamarangoni/eficincia-coroada" title="Eficiência coroada" target="_blank">Eficiência coroada</a> </strong> de <strong><a target="_blank" href="//www.slideshare.net/pamarangoni">pamarangoni</a></strong> </div>p.a.marangonihttp://www.blogger.com/profile/12041959482514730936noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1520097229794765429.post-11103843528184034392016-11-23T15:52:00.001-02:002016-11-23T15:57:12.495-02:00Pedro, Pedrão e Pedrinho: um conto nada infantil...<iframe src="//www.slideshare.net/slideshow/embed_code/key/9IZkuMlzRW1I0U" width="668" height="714" frameborder="0" marginwidth="0" marginheight="0" scrolling="no" style="border:1px solid #CCC; border-width:1px; margin-bottom:5px; max-width: 100%;" allowfullscreen> </iframe> <div style="margin-bottom:5px"> <strong> <a href="//www.slideshare.net/pamarangoni/pedro-pedro-e-pedrinho-um-continho-nada-infantil" title="Pedro pedrão e pedrinho: um continho nada infantil..." target="_blank">Pedro pedrão e pedrinho: um continho nada infantil...</a> </strong> de <strong><a target="_blank" href="//www.slideshare.net/pamarangoni">pamarangoni</a></strong> </div>p.a.marangonihttp://www.blogger.com/profile/12041959482514730936noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1520097229794765429.post-44304988067492119742016-11-23T15:51:00.001-02:002020-06-27T05:17:57.070-03:00Imortal Camões ou delírios poéticos de um náufrago?<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="714" marginheight="0" marginwidth="0" scrolling="no" src="//www.slideshare.net/slideshow/embed_code/key/1UDDjydJMimog1" style="border-width: 1px; border: 1px solid #ccc; margin-bottom: 5px; max-width: 100%;" width="668"> </iframe> <br />
<div style="margin-bottom: 5px;">
<strong> <a href="https://www.slideshare.net/pamarangoni/imortal-cames-ou-delrios-poticos-de-um-nufrago-69454637" target="_blank" title="Imortal Camões ou delírios poéticos de um náufrago">Imortal Camões ou delírios poéticos de um náufrago</a> </strong> de <strong><a href="https://www.slideshare.net/pamarangoni" target="_blank">pamarangoni</a></strong> </div>
p.a.marangonihttp://www.blogger.com/profile/12041959482514730936noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1520097229794765429.post-74253110470164610892016-11-23T15:50:00.000-02:002016-11-23T15:58:45.848-02:00Desarmamento: um conto infantil!<iframe src="//www.slideshare.net/slideshow/embed_code/key/sKZz3nQLtPSKC5" width="668" height="714" frameborder="0" marginwidth="0" marginheight="0" scrolling="no" style="border:1px solid #CCC; border-width:1px; margin-bottom:5px; max-width: 100%;" allowfullscreen> </iframe> <div style="margin-bottom:5px"> <strong> <a href="//www.slideshare.net/pamarangoni/desarmamento-um-conto-infantil" title="Desarmamento: um conto infantil!" target="_blank">Desarmamento: um conto infantil!</a> </strong> de <strong><a target="_blank" href="//www.slideshare.net/pamarangoni">pamarangoni</a></strong> </div>p.a.marangonihttp://www.blogger.com/profile/12041959482514730936noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1520097229794765429.post-10917371963185335362016-09-28T14:24:00.001-03:002016-09-28T14:36:13.675-03:00O Rei Gordo Barrigudo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="485" marginheight="0" marginwidth="0" scrolling="no" src="//www.slideshare.net/slideshow/embed_code/key/Fa2bEluXGkZe46" style="border-width: 1px; border: 1px solid #ccc; margin-bottom: 5px; max-width: 100%;" width="595"> </iframe> <br />
<div style="margin-bottom: 5px;">
<strong> <a href="https://www.slideshare.net/pamarangoni/o-rei-gordo-barrigudo-66518035" target="_blank" title="O Rei Gordo Barrigudo">O Rei Gordo Barrigudo</a> </strong> de <strong><a href="https://www.slideshare.net/pamarangoni" target="_blank">pamarangoni</a></strong> </div>
p.a.marangonihttp://www.blogger.com/profile/12041959482514730936noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1520097229794765429.post-1039408252831320542016-02-05T10:25:00.000-02:002016-02-05T10:26:26.588-02:00Maria da Silva - una cronaca brasiliana<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwyMi4YKHHunU2_ZxfSrpmrsUgTFrJQ2LTkDjHgwAgf5ZGQqD6SGk0KN0qBKn4s7n72zsbt7-mXt3L-eeEHolxf9sBsxaQtoG6yrdDfC9haBQuFKnG0heBVio5BDaPmsg0VGTF8eZkBbA/s1600/cap+para+pdf.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="315" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwyMi4YKHHunU2_ZxfSrpmrsUgTFrJQ2LTkDjHgwAgf5ZGQqD6SGk0KN0qBKn4s7n72zsbt7-mXt3L-eeEHolxf9sBsxaQtoG6yrdDfC9haBQuFKnG0heBVio5BDaPmsg0VGTF8eZkBbA/s400/cap+para+pdf.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
<div class="western" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Non
si può affermare che Maria da Silva sia un lavoro di finzione,
perché è una cronaca del quotidiano senza ritocchi. Un piccolo
libro sulla vita breve di una rivenditrice di spazzatura. Qui non ci
sono descrizioni superflue, così l’immaginazione del lettore,
mentre legge il romanzo, comporrà l’ambiente con lo scenario che
conosce, che si svolge vicino a lui, che visualizza giorno per giorno
e le cui dinamiche gli sono ignote.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">
</span></div>
<div class="western" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Le
“Maria da Silva” muoiono quotidianamente di inedia e di malattie
non curate, in un breve e tragico cammino di vita, portando con sé
un’intera storia ignorata dai più. È ora di vederle come esseri
umani, e questo piccolo libro può aiutare. Sento che l’opera non è
mia, io sono solo un tramite del messaggio di Maria da Silva. Credo
che se qualche lettore cambierà dopo averla conosciuta, che sia solo
nello sguardo che lancia ai senzatetto che rivendono spazzatura -che
estraggono quello che viene disprezzato, senza elemosinarlo- la
missione che mi è stata assegnata dal caso sarà compiuta.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">
</span></div>
<div class="western" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"> </span></div>
<div class="western" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="western" style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="http://www.amazon.com/Maria-Silva-cronaca-brasiliana-Italian/dp/1507130155/ref=sr_1_1?s=books&ie=UTF8&qid=1454673945&sr=1-1&keywords=pedro+marangoni">"Maria da Silva - una cronaca brasiliana" </a></div>
<div style="text-align: justify;">
Impresso, $5,99</div>
<li><b>Paperback:</b> 66 pages</li>
<li><b>Publisher:</b> Babelcube Inc. (January 21, 2016)</li>
<li><b>Language:</b> Italian</li>
<li><b>ISBN-10:</b> 1507130155</li>
<li><b>ISBN-13:</b> 978-1507130155</li>
<br />
<div style="text-align: justify;">
"<a href="http://www.barnesandnoble.com/w/maria-da-silva-una-cronaca-brasiliana-pedro-marangoni/1123238294;jsessionid=322164D8B7BBF66780685935CDDBBD12.prodny_store02-atgap14?ean=2940152774467">Maria da Silva - una cronaca brasiliana</a>"</div>
<div style="text-align: justify;">
E-book, $2,99</div>
<dt>ISBN-13: 2940152774467</dt>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
</div>
p.a.marangonihttp://www.blogger.com/profile/12041959482514730936noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1520097229794765429.post-938328487841729802015-09-17T09:24:00.001-03:002015-09-17T09:24:49.444-03:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfWGoLrEkFhKBF0hfzObkG_jl2ujqIkbX7vCQS9KO9XmMKXiTBQiFWbJS_lGeRn1dofq-ClYiQDgH6_xZiK1_3z0eOX3BwhtSdx_Ski5KHVnFKChVWLpobpxGUkY2w_rxXuElAYhyhz6g/s1600/autor+%2526+leitor.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfWGoLrEkFhKBF0hfzObkG_jl2ujqIkbX7vCQS9KO9XmMKXiTBQiFWbJS_lGeRn1dofq-ClYiQDgH6_xZiK1_3z0eOX3BwhtSdx_Ski5KHVnFKChVWLpobpxGUkY2w_rxXuElAYhyhz6g/s400/autor+%2526+leitor.jpg" width="400" /></a></div>
<br />p.a.marangonihttp://www.blogger.com/profile/12041959482514730936noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1520097229794765429.post-66268042127447261032015-09-15T07:27:00.000-03:002016-07-23T10:13:41.515-03:00Livro de Graça na Praça<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpBr6BjN0M4mH2LXmV69IydvAadK5QMrhgc38Po4voTVOXPnr79826VdXiVBdrTmQwcRB_VrHgUxhTB7ZulZT8sRofoHYOSVPVqd1QTK9kfq_OOE1dABcygGD7y8-U4VlNNcCpXctpOvM/s1600/Capa+contos+2015.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpBr6BjN0M4mH2LXmV69IydvAadK5QMrhgc38Po4voTVOXPnr79826VdXiVBdrTmQwcRB_VrHgUxhTB7ZulZT8sRofoHYOSVPVqd1QTK9kfq_OOE1dABcygGD7y8-U4VlNNcCpXctpOvM/s640/Capa+contos+2015.jpg" width="432"></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzljPuw63eikCnzsIVtfuKHAGOrT_NNK1JcpOtsboo9E9lywxeXq96WJy2QrniNi3bmfvmyQXMgEdTvPD3JgFSy8-PAggdl7g1YsgGX5tbRKpDt-7xTIjSnZFLS6eMzXWw5eYINEOm1Wk/s1600/Capturar.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="395" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzljPuw63eikCnzsIVtfuKHAGOrT_NNK1JcpOtsboo9E9lywxeXq96WJy2QrniNi3bmfvmyQXMgEdTvPD3JgFSy8-PAggdl7g1YsgGX5tbRKpDt-7xTIjSnZFLS6eMzXWw5eYINEOm1Wk/s400/Capturar.JPG" width="400"></a></div>
<div align="center" style="line-height: 150%; margin-left: 1em; margin-right: 1em;">
<br /></div>
<br />
<div align="justify" style="line-height: 150%;">
<br /></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"> “<b>Antes
marido feio e laborioso que bonito e preguiçoso”</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 24px;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span></div>
<span style="font-family: inherit;"><br />
</span><br />
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Gato
escaldado tem medo de água fria e Rosa Maria embora acreditasse que
águas passadas não movem moinhos, não meteria a mão na cumbuca
novamente. Aquele malandro do atraente mas arrogante Pedrão
arrastava-lhe a asa, não largava do seu pé depois de um namorico
complicado nos tempos de escola. Mas nada como um dia após o outro e
ele ficara para trás, iletrado, colecionando provérbios populares
no barzinho, vivendo às custas dos pais e ela se formara, era agora
a professorinha do lugarejo.
</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Pedrão
queria Rosa Maria que se contentava com o Hermínio do cartório.
Quem ama o feio bonito lhe parece e o fisicamente insonso funcionário
era tido como intelectual, fazia seus versos, discutia literatura com
ela, preenchia seu tempo vago. Iam tocando o burro da vida sem tombar
a carrocinha, num relacionamento chove não molha...</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Mas
Pedrão não se conformava e insistia, não há rosas sem espinhos e
água mole em pedra dura tanto bate até que fura, raciocinava ele. O
problema era a tal de cultura do franzino rival, ginasial completo.
De grão em grão Pedrão enchera o papo de ditados, citações e os
usava para tentar impressionar sua desencantada musa, respostas pré
fabricadas que nela entravam por um ouvido e saiam pelo outro.
</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">-
Pedrão, entenda, estou bem com o Hermínio, nosso caso passou,
acabou!</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">-
Nunca digas desta água não beberei, Rosinha...</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">-
Desista!</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">-
Quem espera sempre alcança...</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">A
necessidade é a mãe das invenções e Pedrão dava tratos à bola
para descobrir um meio de impressionar Rosa Maria, entrar no campo do
adversário, a cultura. O tempo passava e ele não queria dormir na
estação e perder o trem. Foi então que surgiu a grande chance:</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">-
Ei, Rei dos Provérbios, olhe isso aqui! Na sua medida! E o Zé do
Bar lhe estendeu o jornalzinho da comarca.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Na
última página leu algo que caiu como colírio em seus olhos: 9º
Concurso Nacional de Contos Livro de Graça na Praça da Academia
Mineira de Letras, cujo tema “deverá estar relacionado com
determinado ditado, provérbio ou locução popular, à escolha de
cada autor.”</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">-
Mamão com açúcar, está no papo -exclamou radiante- achei o
caminho das pedras! Araruta também tem seu dia de mingau!</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">E
devorou a notícia, não sem uma certa dificuldade:</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">-
Raios, é aí que a porca torce o rabo, muita burocracia, um tal de
envelope grande, envelope pequeno, correios, caracteres, laudas...
Vou tentar, cobra que não anda não engole sapo. O tempo é curto
mas antes tarde que nunca, vou perguntar sobre a tal de lauda lá na
tipografia.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">-
Lauda é mais ou menos essa folha aqui preenchida, Pedrão, e aí diz
no máximo 4 laudas, pode até ser uma só.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">-
Dos dois lados?</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">-
Aí já não sei...</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Pedrão
já pensando em esticar as letras para encher linguiça, ponderava: é
concurso mineiro, turminha de mão fechada, não tem prêmio em
dinheiro mas a cavalo dado não se olha os dentes, quem ganha fica
conhecido e a propaganda é a alma do bom negócio. É o que me
interessa, mais vale um gosto do que dez vinténs e com fama de
intelectual ganho Rosa Maria, dois coelhos com uma só cajadada:</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">-
É ganhar a fama e deitar na cama!</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">-
Mas primeiro tem que ganhar, não ponha a carroça na frente dos
burros!</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">-
A formiga sabe a folha que corta, conselho se fosse bom era vendido,
não seja derrotista, passarinho que acompanha morcego amanhece de
cabeça para baixo! Não há provérbio que eu não conheça, já
está no papo!</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">-
E se ganhar vai é gastar dinheiro, leia aí embaixo, eles tiram o
corpo fora, não pagam nem cafezinho!</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">-
E você acha que vou lá? Basta ter meu nome nos jornais, é melhor
dormir sem ceia que acordar com dívidas!
</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">E
com esforço incomum começou a colocar no papel toda sua pretensa
sabedoria, certo do direito que dá a César o que é de César e se
o rival passava por ser um grande perfume em pequeno frasco, ele,
fortão, ganhando o concurso seria um balde inteiro, cheio até a
borda!</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Por
uma semana deixou até de jogar a sagrada sinuca vespertina, mas não
se faz omelete sem quebrar ovos, suspirou filosoficamente o já
autodenominado intelectual... Emendou uma série de provérbios sem
maiores recheios mas dando-lhes uma sequência, formando um continho
e depois de muito penar conseguiu preencher duas das tais laudas,
espaço 2, pediu para uma tia corrigir e se deu por satisfeito,
sentenciando: panela que muito
se mexe ou sai insosso ou salgado. Envelope grande, envelope
pequeno, pseudônimo de Trovador da Mantiqueira, conseguiu o carimbo
dos Correios no último minuto do derradeiro dia para entrega dos
originais. Depois sentou-se na indolência de seu dia a dia e esperou
ser comunicado da vitória, afinal o sol nasceu para todos e não
seria uma nuvenzinha chamada Hermínio que ofuscaria o grande
astro-rei Pedrão...</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">A
sorte é como o raio, nunca se sabe onde vai cair
e a ingenuidade
do texto
mesclada com
a petulância
de ganhador por antecipação que
no resumidíssimo
currículo avisara que não
compareceria à premiação,
acabou divertindo
a comissão julgadora, que
talvez cansada de ler
textos empolados, acabaram
por concordar que afinal aquela
obra sem qualquer
sofisticação vernácula preenchia o que dela
se esperava: distraia, divertia e sem dúvidas era um documento
representativo da
sabedoria
popular. E como besteira pouca é bobagem, acabaram dando ao Pedrão
o que era de César.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Telegrama
da Academia, notícias em jornais e até uma entrevista com foto de
terno, gravata e mão no queixo no semanário da comarca. Pedrão, o
laureado escritor, deitou-se na cama da fama e esperou que Rosa Maria
o procurasse, seria magnânimo com ela, afinal, perdoar é uma
virtude dos fortes e depois de algum charminho a aceitaria de volta.
Durante a gloriosa semana que se seguiu participou de algumas festas
e reuniões onde ela também se encontrava e só a cumprimentou com a
cabeça, respeitosamente e mantendo a distância. Queria que a jacaré
sentisse que a lagoa estava secando. Empinou o nariz e esperou,
esperou, mas ela aparentemente desconhecia a parte que deveria
cumprir no plano unilateral. Depois soube que ela estava usando seu
texto na escola, exaltando os alunos a desenvolverem a escrita e até
colocara sua entrevista no quadro de recortes.</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Presunçoso,
acreditou entender o porquê dela não se aproximar: vergonha,
timidez, afinal, agora ele era um intelectual famoso. Resolveu dar
uma colher de chá para a professorinha que deveria estar sedenta de
beber de sua sabedoria, acercou-se dela na saída da escola e certo
do sucesso, foi direto:</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">-E
ai, Rosa Maria, andei pensando, acho que já é tempo de acertarmos
os ponteiros, vamos juntar os trapos?</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Rosa
Maria boquiaberta com o que ouviu, esbugalhou os olhos, deu uma
sacudidela na cabeça e disparou:</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">-
<i>Tá</i> maluco Pedrão? Já falamos sobre isso, é assunto morto e
enterrado! Estou com o Hermínio, ele me faz companhia, tem boa
cultura, é um bom homem!</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Pedrão,
desconsertado com a inesperada recusa, caindo do cavalo ainda
balbuciou:</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">-
Mas eu também escrevo, você gostou do meu conto, eu sei, tem até
usado na escola!
</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">E
o “Rei dos Provérbios” e das rápidas respostas pré fabricadas,
ficou mudo ao assistir Rosa Maria parir ali mesmo, de bate-pronto,
uma inédita e definitiva pérola:</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">-
E por acaso para saborear um copo de leite é preciso gostar da vaca?</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"> fim...</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div style="text-align: center;">
</div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br />
</div>
p.a.marangonihttp://www.blogger.com/profile/12041959482514730936noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1520097229794765429.post-70900234740937886102015-07-12T14:00:00.001-03:002016-07-23T10:16:56.897-03:00A música e a letra da Sinfonia VidaCriamos um Deus e a Eternidade para acreditarmos<br /> no Sempre e rejeitarmos a nós próprios. <br /> De costas ao espelho do real.<br /> O silêncio é a única música e os pensamentos a letra<br /> compostos e regidos instantaneamente na Sinfonia Vida.<br /> Só assim se é realidade.<br /> Sem melodias que embalem;<br /> sem drogas que entorpeçam;<br /> sem trabalhos que distraiam;<br /> sem doutrinas que confortem.<br /> Basta apenas uma coragem sempre maior àquela que a natureza nos concedeu.<br /> Queremos o Sempre e perdemos o Agora.<br />
<br />
p.a.marangonihttp://www.blogger.com/profile/12041959482514730936noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1520097229794765429.post-2870552355593859702015-03-06T10:36:00.001-03:002023-06-28T11:34:40.826-03:00O desventrar do ser social (Coletânea)<div style="text-align: justify;">
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-size: x-small;">"Era um cérebro instalado em um barco de carne e ossos ao sabor das ondas sociais, pronto a saborear as mais diversas paisagens como pano de fundo ao seu filosofar. Questionamentos de terceiros eram apenas o murmúrio do mar, assovios dos ventos." (Angústias de um peixe-voador)</span></blockquote>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">Longe da exagerada ficção, as vidas de Maria, J.C. e Arthur estão, diria eu, aquém do cruel e indiferente real. É preciso encarar a vida sem o escudo confortável de um suposto Deus e o estelionato das promessas de paraísos pós morte. A duvidosa benesse de uma consciência fugaz, transitória, presente na inteligência rudimentar desenvolvida nos humanoides só tem produzido resultados desastrosos em relação aos outros animais que se desenvolveram neste mesmo planetinha vulgar; estimulamos e desenvolvemos a agressividade além corpo com armas de destruição, usamos a mente para manter um perpétuo cio superlotando a superfície terrestre além do que ela pode suportar em alimentos e usamos a filosofia equivocadamente partindo de bases frágeis e insanas que nos colocam como seres superiores. Não passamos de um corpo abobalhado e frágil arrastado aos trambolhões por um cérebro instável e desordenado, um computador primário infestado de vírus e sobrecarregado por arquivos inúteis e corrompidos. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><b>Maria</b> é uma catadora de lixo. Sem descrições supérfluas, assim a imaginação do leitor comporá o ambiente lendo o drama com o cenário que conhece, que acontece perto de si, que visualiza no dia a dia e cujo cerne desconhece ou finge não conhecer. Diariamente Marias morrem de inanição e doenças não tratadas, numa breve e trágica passada pela vida levando consigo toda uma história ignorada pelos demais distintos cidadãos. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Depois entre na mente do <b>professor J.C.</b> Raciocine em conjunto e acompanhe os passos lógicos e convincentes. Olhe para fora e veja um mundo perverso e ameaçador através da fragilidade do chip orgânico chamado cérebro, de uso contínuo, acumulando os arquivos fragmentados de sonhos desfeitos, ódios recalcados, medos, decepções e tristezas sem que seja feita no decorrer de sua vida útil uma manutenção efetiva, uma limpeza de disco, uma desfragmentação, um escaneamento com antivírus. J.C. é a vítima e o vilão também existe para todos nós que o adulamos, servimos, tentamos conquistar, enchemos-lhe de sorrisos e acenos mas é um monstro hipócrita, amoral, cruel, castrador, dissoluto, ditatorial: a Sociedade. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Por fim<b> Arthur</b> e o encarar do real com a coragem de virar as costas para os robotizados cidadãos bem-sucedidos. Via-se como um peixe-voador que havia nascido quando principiava a sair d'água para seu salto e que, momentos depois cairia novamente na inconsciência quando voltasse a tocar na superfície límpida, calma, indiferente de um mar infinito chamado Universo. Sabia que nesta reentrada por mais que se agitasse apenas provocaria alguns respingos que logo desapareceriam. Sabia que era nada e tudo ao mesmo tempo, pois era de Arthurs, pedras, árvores, água e tudo mais que era formado o Todo, peças intercambiáveis construindo ao acaso. E o acaso dotara Arthur de uma qualidade duvidosa, a de, neste salto milimétrico e efêmero, fazer uso de uma consciência transitória, ver-se, sentir-se, observar. Era um pobre ser humano, a mais inútil das criaturas numa realidade igualmente inútil.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Aceite o desafio de sair de seu falso conforto psicológico e penetre no mundo miserável da cidadã Maria, na loucura do normal professor J.C. e na real crença do descrente Arthur. Não os veja como personagens fictícios, eles podem estar presentes em você. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;"><br />
<br /></div>
p.a.marangonihttp://www.blogger.com/profile/12041959482514730936noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1520097229794765429.post-39426535225129504442014-07-20T18:39:00.000-03:002016-07-23T10:18:36.044-03:00Inútil empáfia: somos apenas experiências de carona numa massa momentaneamente viva<div style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Somos apenas um acúmulo de experiências aleatoriamente jogadas em recipientes orgânicos chamados cérebros pela loteria genética, complementados num curto tempo de consciência transitória chamada vida com o que vemos, sentimos, realizamos e armazenamos no DNA. Depois somos descartados e outro e mais outro irão nos sucedendo e somando. Os magnatas, os gênios, os mendigos, reis e escravos de outrora, desaparecidos, transformaram-se em elementos de construção de igual valor para novas formações, deles só o conhecimento impalpável mas gravado restou, em nós.</div>
<div style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
O cérebro que permite essa consciência transitória vai de carona num corpo extremamente vulnerável com membros que permitem a locomoção de um lugar para outro e a interação física com o universo e seus componentes orgânicos ou não e que permite a recolha de dados que se somam aos incontáveis registros de bilhões e bilhões de homens que pelo planeta passaram. Apenas mantemos o fluxo de vida, até agora sem nenhuma utilidade prática. Se o conjunto orgânico chamado homem utilidade tivesse, desnecessária se tornaria a reprodução, cada um seria uma peça em constante crescimento intelectual e aprimoramento físico, cada vez menos vulnerável. O fato de nos reproduzirmos demostra que somos apenas transportadores de experiências, para talvez um dia chegar a algo mais perfeito. Notem que nossa chamada vida se resume ao crescimento até o ponto de reprodução, que dura alguns anos e logo após inicia-se o declínio, apenas o tempo necessário para assegurar-se da proteção e crescimento das crias, os novos transportadores. Schopenhauer tem toda a razão: “<i>o homem é apenas um fenômeno, não a coisa-em-si.”</i></div>
<div style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
O acaso segura uma mangueira que molha o Nada. Nós somos as incontáveis gotículas que jorrando, formam o efêmero e inconstante arco...<br />
<br />
<br /></div>
p.a.marangonihttp://www.blogger.com/profile/12041959482514730936noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1520097229794765429.post-1003083314991565972014-07-07T09:33:00.000-03:002016-07-23T10:19:30.211-03:00Livro:Palavras Cínicas -de 1905- não envelheceu…<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: 0; text-align: justify;" style="margin-bottom: 0; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">O português <a data-mce-href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Albino_Forjaz_de_Sampaio" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Albino_Forjaz_de_Sampaio">Albino Forjaz Sampaio</a>, foi amado,odiado,elogiado e também ferozmente criticado em seu tempo. Sua obra <i><b>Palavras Cínicas</b></i>,escrita
em 1905 foi recebida com espanto,acusações de estimular suicídios,”de
subverter a moral vigente”mas tornou-se um dos livros mais vendidos em
Portugal no século passado. Consegui meu exemplar há mais de quatro
décadas e dele nunca me esqueci. Sem dúvida há exageros em suas
palavras,mas também muita sinceridade,coragem e perspicácia ao conseguir
visualizar as entranhas da comédia humana. Muitos de seus conceitos se
aplicam perfeitamente aos vorazes e amorais humanos dos dias de hoje.
Abaixo,alguns recortes das oito cartas que compõem o livro.<i> Se as leres no meio dum festim, as porás de parte com enfado, mas buscarás a sua consolação quando o mundo te fizer chorar...</i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: 0; text-align: justify;" style="margin-bottom: 0; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">"...De que te hei de falar? Da vida? </span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: 0; text-align: justify;" style="margin-bottom: 0; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">A
vida é a escola do cinismo. Trazes coração? Esmaga-o ao entrar como uma
coisa que nos compromete, que nos avilta. Se acaso és bom - tolice -
não venhas. Aqui, para triunfar, é preciso ser mal, muito mau. Sê mau,
cínico,hipócrita e persistente que vencerás. Serás aclamado,respeitado e
invejado. Ri do Bem e da Virtude, da Alma e do Sentir. Ri de tudo, que é
preciso que rias. Abafa um protesto com um sorriso, uma agonia com uma
gargalhada, um estertor com uma praga.</span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: 0; text-align: justify;" style="margin-bottom: 0; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">A
satisfação de ver agonizar um canalha, quer ele seja um mártir, que ele
seja um ladrão, é maior que a de sentir os braços opulentos duma mulher
que se entrega.É menos um. Sê pois forte como o diamante e como o ódio.</span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: 0; text-align: justify;" style="margin-bottom: 0; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">Tudo
é egoísmo. Se és bom morrerás como Cristo, se é um tolo morrerás como
Judas, se és mau - meu amigo -serás lembrado como Satã.</span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: 0; text-align: justify;" style="margin-bottom: 0; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">Acredita
que metade da humanidade nasceu para se rojar pela lama, para que tu,
eu, todos os maus, todos os cínicos, a esmagássemos, e lhe cingíssemos
fraternalmente as carnes com um chicote. Depois da morte há o Nada.
Portanto,meu caro, aqueles que o sabem, o que pensam é em sugar a vida
com um furor de agiotas sem entranhas. Isto é como no mar; já
Shakespeare dizia que o “</span><span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">mugem vive para ser tragado pelo lúcio".</span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: 0; text-align: justify;" style="margin-bottom: 0; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">Ou
serás vencido ou vencedor. Se vencido esperam-te todas as humilhações
desde o desprezo até a compaixão. Se vencedor todos os triunfos desde o
respeito ao Capitólio. Luta sempre, calado, fino, sabido que se não tens
jeito para isto será um eunuco eterno,castrado para a Vida, para o
Amor, e para o sonho.</span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: 0; text-align: justify;" style="margin-bottom: 0; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">Acredite
que todos se vendem, homens e mulheres,palhaços e imperadores, cristos e
mendigos: a questão é de preço e o preço sufoca todas as consciências,
todas as revoltas.Acredita que falta quem compre toda a gente que se
quer vender.</span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: 0; text-align: justify;" style="margin-bottom: 0; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">A geração é de cobardes e “ cada ano que passa está mais corrupto o mundo ( Maximo Gorki).</span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: 0; text-align: justify;" style="margin-bottom: 0; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">Foi
em Dostoiwsky que eu encontrei um dia esta frase: “No fundo de cada um
dos nossos contemporâneos residem latentes os instintos dum carrasco!” </span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: 0; text-align: justify;" style="margin-bottom: 0; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">A
diferença que vai daquele bandalho, que passa de chapéu alto, àquele
malandro, que pisca os olhos e pede esmola, não é nenhuma. Pura
convenção. Se tu fosses buscar uma rameira de hospital e a toucasses de
sedas ela arranjaria corte.Viriam a seus pés os famintos, as rascoas, os
interesseiros, os honrados, os banqueiros, o mundo todo.</span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: 0; text-align: justify;" style="margin-bottom: 0; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">O
rosto que ri não é o mesmo que chora? A boca que canta e ri não é a
mesma que ameaça e insulta, que suspira, que geme e que reza? Os olhos
não veem Deus e o Diabo? As almas não servem a ambos, atraiçoando ambos?</span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: 0; text-align: justify;" style="margin-bottom: 0; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">É
preferível ver um cano de esgoto em toda a sua porcaria a uma alma em
toda a sua intimidade. Há almas cuja treva é maior que a noite,
consciências cuja lama é maior que a de todos os pântanos da terra.</span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: 0; text-align: justify;" style="margin-bottom: 0; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">À face da terra o homem não tem feito senão mal. Foi ele quem inventou os tronos e os altares, que fez a Verdade e a Mentira.</span><br />
<br />
</div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: 0; text-align: justify;" style="margin-bottom: 0; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">Se
queres ser feliz sê, como eu, brutal na posse, canibal na ambição, sem
uma aresta de apego a uma alma,pisando sempre, avançando sempre, crânio
de sílex na energia, coração de sílex nas dedicações e nas torpezas.</span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: 0; text-align: justify;" style="margin-bottom: 0; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">A
vida é dos de coração gelado e hirto. Amanhã é tarde,depois é
impossível. Tudo na vida é mudável, tudo na vida é transitório. Tudo
passa, tudo esquece. A criança será homem, o lacaio será senhor, o
arbusto será árvore, o ontem será hoje, o bom será mal. Ai dos que
param, ai dos vencidos!</span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: 0; text-align: justify;" style="margin-bottom: 0; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">A
honra? A honra é uma fórmula, É pagar uma letra no seu prazo com
dinheiro que se ganhou a traficar escravos; é ser torpe sem que ninguém o
diga; é roubar sem que o roubado acuse.Há mulheres sem honra que todos
cortejam, virgindades imaculadas que todos desprezam.Religiões? A
religião é uma comédia cuja representação já dura há séculos. Fez
sucesso! é uma coisa fútil e extravagante que se parece com as histórias
dos gnomos e das princesas encantadas. Quem a não </span><span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">tem,compra-a. Para que servem os padres senão para “ venderem Deus por grosso e a retalho”(Zola) </span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: 0; text-align: justify;" style="margin-bottom: 0; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">Sê
sempre mau e faz sugerir aos outros que és bom, sê sempre torpe
dizendo-te honesto. Nada de violências. Hipócrita, cauteloso e subtil,
conseguirás tudo, serás tudo, terás tudo. Uma hora de amor duma casada,
uma condecoração, um emprego, a confidência dum segredo que compromete,
dum vício que aviltece.</span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: 0; text-align: justify;" style="margin-bottom: 0; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">Tudo se disputa. Somos um bando de corvos para uma caveira só.</span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: 0; text-align: justify;" style="margin-bottom: 0; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">A
batalha da vida só tem duas fases: ou vencer ou fugir,porque para os
vencidos não há piedade.O suicídio é lógico, é justo, é necessário. Para
que se vive? Para sofrer? Onde existe a verdadeira felicidade, a
verdadeira paz? Na morte. “Ali os ímpios cessarão de tumultos e acharão
descanso os cansados de forças” (Bíblia).</span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: 0; text-align: justify;" style="margin-bottom: 0; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">Eu luto, eu sou forte, porque tenho a Morte pelo meu lado. E querendo eu morrer nem os homens nem Deus me poderiam impedir.</span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: 0; text-align: justify;" style="margin-bottom: 0; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">Que
o suicida é um cobarde? Não, cobarde é quem atura isto até ao fim.
Então uma criatura que entrou na vida e se vai embora, lá por não poder
ou não querer pactuar com a torpeza dela é um cobarde? Então eu que
piso, eu que falseio, eu que minto, é que devo ser louvado pela minha
coragem? Cobarde é quem cobarde lhe chama.Pudesses tu ver bem a vida e
verias se o suicídio não é a única porta que o homem arrombou ao céu.</span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: 0; text-align: justify;" style="margin-bottom: 0; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">Corri o mundo todo e por toda a parte vi a mesma desolação, a mesma luta, a mesma tragédia</span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: 0; text-align: justify;" style="margin-bottom: 0; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">Vi a morte cem vezes e cem vezes a achei preferível à vida.</span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: 0; text-align: justify;" style="margin-bottom: 0; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">Vi
que a vida era má e escrevi estas cartas. Se as leres no meio dum
festim, as porás de parte com enfado, mas buscarás a sua consolação
quando o mundo te fizer chorar.</span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: 0; text-align: justify;" style="margin-bottom: 0; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">A vida é uma jornada. E todos os dias se anda um passo para a Morte."</span><br />
<br />
<br />
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: 0; text-align: justify;" style="margin-bottom: 0; text-align: justify;">
</div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: 0; text-align: justify;" style="margin-bottom: 0; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">Se
acharam interessante,o livro é encontrado nos sebos e na net para free
download. Filtrados os exageros,restará muita coisa para meditar. Não
gostou da postagem,ficou deprimido? Albino Forjaz Sampaio responde por
mim:</span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: 0; text-align: justify;" style="margin-bottom: 0; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">-<i>Enchi-te
de desolação e abandono. Que eu exagero? Mas isto ainda é pouco. A
torpeza da vida não caberia em mil volumes como este. Que eu exagero?!
Que eu Exagero?!</i><i><b> Patife, tu bem sabes que eu digo a verdade!</b></i></span><br />
<br />
<br />
<br />
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: 0; text-align: justify;" style="margin-bottom: 0; text-align: justify;">
</div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: 0; text-align: justify;" style="margin-bottom: 0; text-align: justify;">
</div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: 0; text-align: justify;" style="margin-bottom: 0; text-align: justify;">
</div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: 0; text-align: justify;" style="margin-bottom: 0; text-align: justify;">
</div>
p.a.marangonihttp://www.blogger.com/profile/12041959482514730936noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1520097229794765429.post-84061122285511633602014-07-07T09:09:00.000-03:002016-07-28T06:08:33.450-03:00O homem é apenas um fenômeno, não a coisa-em-si: Schopenhauer, claro e direto, sobre uma ilusão chamada Vida<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">Os
homens no decorrer de suas vidas costumam fugir de indagações que
perturbam, refugiando-se nas mais diversas distrações e vícios -sempre
fugazes como a própria vida- ou comodamente aconchegando-se covarde e
irracionalmente no colo anestésico das religiões e de um suposto Deus.
Uns poucos privilegiados em inteligência enfrentam a transitoriedade da
existência retirando-se de cena e tornando-se observadores do Teatro
Vida: os filósofos. Se muitos são difíceis de serem lidos e entendidos
pelas nossas mentes normais, alguns são mais diretos em suas observações
e conclusões mas são evitados por desconhecimento e preconceito,
perdendo-se incríveis fontes de conhecimento que muito ajudariam àqueles
que resolvem enfrentar as interrogações da existência humana. São
pratos de que não nos servimos se não nos oferecerem. Saboreie os
trechos claros e diretos de Schopenhauer abaixo e volte ao arroz e
feijão das ilusões se conseguir... (os negritos são meus)</span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: .18cm; margin-top: .18cm; text-align: justify;" style="margin-bottom: .18cm; margin-top: .18cm; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><b>(...)Toda a nossa existência é fundamentada tão-somente no presente — no fugaz presente. </b><span data-mce-style="font-weight: normal;" style="font-weight: normal;">Deste
modo, tem de tomar a forma de um constante movimento, sem que jamais
haja qualquer possibilidade de se encontrar o descanso pelo qual estamos
sempre lutando. É o mesmo que um homem correndo ladeira abaixo: cairia
se tentasse parar, e apenas continuando a correr consegue manter-se
sobre suas pernas; como um polo equilibrado na ponta do dedo, ou como um
planeta, o qual cairia no sol se cessasse com seu percurso.</span><b>Nossa existência é marcada pelo desassossego.</b></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: .18cm; margin-top: .18cm; text-align: justify;" style="margin-bottom: .18cm; margin-top: .18cm; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><span data-mce-style="font-weight: normal;" style="font-weight: normal;">Num
mundo como este, onde nada é estável e nada perdura, mas é arremessado
em um incansável turbilhão de mudanças, onde tudo se apressa, voa, e
mantém-se em equilíbrio avançando e movendo-se continuamente, como um
acrobata em uma corda — em tal mundo, a felicidade é inconcebível. Como
poderia haver onde, como Platão diz, </span><i><span data-mce-style="font-weight: normal;" style="font-weight: normal;"><b>tornar-se continuamente e nunca ser</b> </span></i><span data-mce-style="font-style: normal;" style="font-style: normal;"><span data-mce-style="font-weight: normal;" style="font-weight: normal;">é
a única forma de existência? Primeiramente, nenhum homem é feliz; luta
sua vida toda em busca de uma felicidade imaginária, a qual raramente
alcança, e, quando alcança, é apenas para sua desilusão; e, via de
regra, no fim, é um náufrago, chegando ao porto com mastros e velas
faltando. Então </span></span><span data-mce-style="font-style: normal;" style="font-style: normal;"><b>dá no mesmo se foi feliz ou infeliz, pois sua vida nunca foi mais que um presente sempre passageiro, que agora já acabou.</b></span></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: .18cm; margin-top: .18cm; text-align: justify;" style="margin-bottom: .18cm; margin-top: .18cm; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><span data-mce-style="font-style: normal;" style="font-style: normal;"><span data-mce-style="font-weight: normal;" style="font-weight: normal;">(...)</span></span><span data-mce-style="font-style: normal;" style="font-style: normal;"><b>As
cenas de nossa vida são como imagens em um mosaico tosco; vistas de
perto, não produzem efeitos — devem ser vistas à distância para ser
possível discernir sua beleza</b></span><span data-mce-style="font-style: normal;" style="font-style: normal;"><span data-mce-style="font-weight: normal;" style="font-weight: normal;">.
Assim, conquistar algo que desejamos significa descobrir quão vazio e
inútil este algo é; estamos sempre vivendo na expectativa de coisas
melhores, enquanto, ao mesmo tempo, comumente nos arrependemos e
desejamos aquilo que pertence ao passado. </span></span><span data-mce-style="font-style: normal;" style="font-style: normal;"><b>Aceitamos
o presente como algo que é apenas temporário e o consideramos como um
meio para atingir nosso objetivo. Deste modo, se olharem para trás no
fim de suas vidas, a maior parte das pessoas perceberá que viveram-nas </b></span><i><b>ad interim </b></i><span data-mce-style="font-style: normal;" style="font-style: normal;"><b>[provisoriamente]:
ficarão surpresas ao descobrir que aquilo que deixaram passar
despercebido e sem proveito era precisamente sua vida — isto é, a vida
na expectativa da qual passaram todo o seu tempo. Então se pode dizer
que o homem, via de regra, é enganado pela esperança até dançar nos
braços da morte!</b></span></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="font-style: normal; margin-bottom: .18cm; margin-top: .18cm; text-align: justify;" style="font-style: normal; margin-bottom: .18cm; margin-top: .18cm; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><b>Novamente,
há a insaciabilidade de cada vontade individual; toda vez que é
satisfeita um novo desejo é engendrado, e não há fim para seus desejos
eternamente insaciáveis.</b></span></div>
<div class="western" data-mce-style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: .18cm; margin-top: .18cm; text-align: justify;" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: .18cm; margin-top: .18cm; text-align: justify;">
</div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: .18cm; margin-top: .18cm; text-align: justify;" style="margin-bottom: .18cm; margin-top: .18cm; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><span data-mce-style="font-style: normal;" style="font-style: normal;"><b>(...)A vida apresenta-se principalmente como uma tarefa, isto é, de subsistir </b></span><i><b>de gagner sa vie </b></i><span data-mce-style="font-style: normal;" style="font-style: normal;"><b>[para
ganhar a vida]. Se for cumprida, a vida torna-se um fardo, e então vem a
segunda tarefa de fazer algo com aquilo que foi conquistado — a fim de
espantar o tédio, que, como uma ave de rapina, paira sobre nós, pronto
para atacar sempre que vê a vida livre da necessidade.</b></span></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="font-style: normal; margin-bottom: .18cm; margin-top: .18cm; text-align: justify;" style="font-style: normal; margin-bottom: .18cm; margin-top: .18cm; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><b>A primeira tarefa é conquistar algo; a segunda é banir o sentimento de que algo foi conquistado, do contrário torna-se um fardo.</b></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: .18cm; margin-top: .18cm; text-align: justify;" style="margin-bottom: .18cm; margin-top: .18cm; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><span data-mce-style="font-style: normal;" style="font-style: normal;"><b>Está
suficientemente claro que a vida humana deve ser algum tipo de erro,
com base no fato de que o homem é uma combinação de necessidades
difíceis de satisfazer; ademais, se for satisfeito, tudo que obtém é um
estado de ausência de dor, no qual nada resta senão seu abandono ao
tédio. Essa é uma prova precisa de que a existência em si mesma não tem
valor, visto que o tédio é meramente o sentimento do vazio da
existência. Se, por exemplo, a vida — o desejo pelo qual se constitui
nosso ser — possuísse qualquer valor real e positivo, o tédio não
existiria: a própria existência em si nos satisfaria, e não desejaríamos
nada. Mas nossa existência não é uma coisa agradável a não ser que
estejamos em busca de algo; então a distância e os obstáculos a serem
superados representam nossa meta como algo que nos satisfará — uma
ilusão que desvanece assim que o objetivo é atingido; ou quando estamos
engajados em algo que é de natureza puramente intelectual — quando nos
distanciamos do mundo a fim de podermos observá-lo pelo lado de fora,
como espectadores de um teatro</b></span><span data-mce-style="font-style: normal;" style="font-style: normal;"><span data-mce-style="font-weight: normal;" style="font-weight: normal;">.
Mesmo o prazer sensual em si não significa nada além de um esforço
contínuo, o qual cessa tão logo quanto seu objetivo é alcançado. Sempre
que não estivermos ocupados em algum desses modos, mas jogados na
existência em si, nos confrontamos com seu vazio e futilidade; e isso é o
que denominamos tédio. O inato e inextirpável anseio pelo que é incomum
demonstra quão gratos somos pela interrupção do tedioso curso natural
das coisas. Mesmo a pompa e o esplendor dos ricos em seus castelos
imponentes, no fundo, não passam de uma tentativa fútil de escapar da
essência existencial, a </span></span><i><span data-mce-style="font-weight: normal;" style="font-weight: normal;">miséria</span></i><span data-mce-style="font-style: normal;" style="font-style: normal;"><span data-mce-style="font-weight: normal;" style="font-weight: normal;">.</span></span></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: .18cm; margin-top: .18cm; text-align: justify;" style="margin-bottom: .18cm; margin-top: .18cm; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><span data-mce-style="font-style: normal;" style="font-style: normal;"><span data-mce-style="font-weight: normal;" style="font-weight: normal;">(...)</span></span><span data-mce-style="font-style: normal;" style="font-style: normal;"><b>O homem é apenas um fenômeno, não a coisa-em-si </b></span><span data-mce-style="font-style: normal;" style="font-style: normal;"><span data-mce-style="font-weight: normal;" style="font-weight: normal;">— digo: o homem não é [grego: ontos on]; isso se comprova pelo fato de que<b> </b></span></span><b><i><span data-mce-style="font-weight: normal;" style="font-weight: normal;">a morte é uma necessidade</span></i><span data-mce-style="font-style: normal;" style="font-style: normal;"><span data-mce-style="font-weight: normal;" style="font-weight: normal;">.</span></span></b></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: .18cm; margin-top: .18cm; text-align: justify;" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: .18cm; margin-top: .18cm; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">E
quão diferente o começo de nossas vidas é do seu fim! O primeiro é
feito de ilusões de esperança e divertimento sensual, enquanto o último é
perseguido pela decadência corporal e odor de morte. </span><span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><b>O
caminho que divide ambas, no que concerne nosso bem-estar e deleite da
vida, é a bancarrota; os sonhos da infância, os prazeres da juventude,
os problemas da meia-idade, a enfermidade e miséria frequente da
velhice, as agonias de nossa última enfermidade e, finalmente, a luta
com a morte — tudo isso não faz parecer que a existência é um erro cujas
consequências estão se tornando gradualmente mais e mais óbvias?</b></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: .18cm; margin-top: .18cm; text-align: justify;" style="margin-bottom: .18cm; margin-top: .18cm; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><span data-mce-style="font-style: normal;" style="font-style: normal;"><span data-mce-style="font-weight: normal;" style="font-weight: normal;">(...)Quanta
tolice há no homem que se arrepende e lamenta por não ter aproveitado
oportunidades passadas, as quais poderiam ter-lhe assegurado esta ou
aquela felicidade ou prazer! O que resta desses agora? Apenas o fantasma
de uma lembrança! E é o mesmo com tudo aquilo que faz parte de nossa
sorte. De modo que a </span></span><i><span data-mce-style="font-weight: normal;" style="font-weight: normal;">forma do tempo</span></i><span data-mce-style="font-style: normal;" style="font-style: normal;"><span data-mce-style="font-weight: normal;" style="font-weight: normal;">, em si, e tudo quanto é baseado nisso, é um modo claro de provar a nós a vacuidade de todos deleites terrenos.</span></span></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: .18cm; margin-top: .18cm; text-align: justify;" style="margin-bottom: .18cm; margin-top: .18cm; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><span data-mce-style="font-style: normal;" style="font-style: normal;"><b>(...)A ideia de que não somos nada senão um </b></span><i><b>fenômeno</b></i><span data-mce-style="font-style: normal;" style="font-style: normal;"><b>, em oposição à coisa-em-si, é confirmada, exemplificada e clarificada pelo fato de que a </b></span><i><b>conditio sine qua non</b></i><span data-mce-style="font-style: normal;" style="font-style: normal;"><b>de
nossa existência é um contínuo fluxo de descarto e aquisição de matéria
que, como nutrição, é uma constante necessidade. De modo que nos
assemelhamos a fenômenos como fumaça, fogo ou um jato de água, todos os
quais desvanecem ou cessam diretamente se não houver suprimento de
matéria</b></span><span data-mce-style="font-style: normal;" style="font-style: normal;"><span data-mce-style="font-weight: normal;" style="font-weight: normal;">. Pode ser dito, então, que a </span></span><i><span data-mce-style="font-weight: normal;" style="font-weight: normal;">vontade de viver </span></i><span data-mce-style="font-style: normal;" style="font-style: normal;"><span data-mce-style="font-weight: normal;" style="font-weight: normal;">apresenta-se na forma de um </span></span><i><span data-mce-style="font-weight: normal;" style="font-weight: normal;">fenômeno puro</span></i><span data-mce-style="font-style: normal;" style="font-style: normal;"><span data-mce-style="font-weight: normal;" style="font-weight: normal;"> que termina </span></span><i><span data-mce-style="font-weight: normal;" style="font-weight: normal;">em nada</span></i><span data-mce-style="font-style: normal;" style="font-style: normal;"><span data-mce-style="font-weight: normal;" style="font-weight: normal;">. Esse nada, entretanto, juntamente com o fenômeno, permanece dentro do limite da </span></span><i><span data-mce-style="font-weight: normal;" style="font-weight: normal;">vontade de viver</span></i><span data-mce-style="font-style: normal;" style="font-style: normal;"><span data-mce-style="font-weight: normal;" style="font-weight: normal;"> e são baseados nesse. Admito que isso é um pouco obscuro.</span></span></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: .18cm; margin-top: .18cm; text-align: justify;" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: .18cm; margin-top: .18cm; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">Se
tentarmos obter uma perspectiva geral da humanidade num relance,
constataremos que em todo lugar há uma constante e grandiosa luta pela
vida e existência; que as forças mentais e físicas são exploradas ao
limite; que há ameaças, perigos e aflições de todo gênero.</span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: .18cm; margin-top: .18cm; text-align: justify;" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: .18cm; margin-top: .18cm; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">Considerando
o preço pago por isto tudo — existência e a própria vida —, veremos que
houve um intervalo quando a existência era livre de sofrimento, um
intervalo que, entretanto, foi imediatamente sucedido pelo tédio, o
qual, por sua vez, foi rapidamente sucedido por novos anseios.</span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: .18cm; margin-top: .18cm; text-align: justify;" style="margin-bottom: .18cm; margin-top: .18cm; text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><span data-mce-style="font-style: normal;" style="font-style: normal;"><b>O tédio ser imediatamente sucedido por novos anseios é um fato também verdadeiro à mais sábia ordem de animais, pois a vida </b></span><i><b>não tem valor verdadeiro e genuíno</b></i><span data-mce-style="font-style: normal;" style="font-style: normal;"><b> em
si mesma, mas é mantida em movimento por meio de meras necessidades e
ilusões. Tão logo quanto não houver necessidades e ilusões tornamo-nos
conscientes da absoluta futilidade e vacuidade da existência.(...)</b></span></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" data-mce-style="margin-bottom: .18cm; margin-top: .18cm; text-align: justify;" style="margin-bottom: .18cm; margin-top: .18cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">(The Emptiness of Existence, de Arthur Schopenhauer)</span>p.a.marangonihttp://www.blogger.com/profile/12041959482514730936noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1520097229794765429.post-74623733016094033702014-07-07T08:47:00.000-03:002014-07-07T08:48:16.981-03:00Não somos terráqueos, somos alienígenas de 2ª classe...<div style="text-align: justify;">
Serra da Mantiqueira, 3300<i>ft above sea level</i>, 05:00hs, encapotado, cachecol e café. Resmungando contra as civilizações avançadas...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Elementar... Pensem só um pouquinho, seus pseudos terráqueos egocêntricos... Desde que se conhece o homem neste planetinha, ele é obrigado a se comportar como um alienígena em terras estranhas, nas quais não vive naturalmente e sim procura se adaptar. Que raios de animal é esse que precisa da pele de outros para não passar frio? Que no inverno das regiões temperadas ou nas zonas eternamente frias e até nas noites dos tórridos desertos, tem que se aninhar ao lado de uma fogueira? Já fomos mais peludos, é verdade, mas nunca o suficiente para não morrermos por hipotermia, sempre necessitamos de complementos extra corpo. E como era nos primórdios, sem conhecimentos para a caça, sem a descoberta do fogo? Como o espécime humano, o animal peladinho e sem garras sobreviveu e se procriou? Impossível. Esse bípede desplumado, palermas geocêntricos, não é nativo, veio de outros planetas com temperaturas apropriadas onde a pelagem espessa não era necessária, já trazendo consigo o mínimo de conhecimento para sobreviver!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Mas espere aí, oh aspirante a filósofo interplanetário: se nós viemos de outros planetas, cadê a tecnologia que usamos para aqui chegar? Viemos de táxis que retornaram? É mais ou menos isso, cabeçudos, fomos trazidos em naves similares a Arcas de Noé... Já pensaram o porquê desta diversidade de tipos humanoides, bem diferentes em cor, tamanho, hábitos, enquanto os demais animais são mais uniformes dentro de sua espécie? Porque somos restos de planetas diversos, trazidos para cá não por vontade ou tecnologia própria, mas sim por civilizações superiores em operações mais ou menos parecidas como as que salvam animais de áreas que serão inundadas por lagos de represas em construção ou em zonas de catástrofes...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
-Ei Joe, os planetas X, Y e Z estão prestes a se extinguirem, o quê faremos com os habitantes que possuem sinais de inteligência em desenvolvimento?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
-Não podemos abandoná-los à sua sorte, mas para cá não vai dar para trazer, iriam sujar o planeta todo, arranje algum outro que tenha condições de vida para eles.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
-Tem aquele pequeno, já com vida animal e vegetal a poucos anos-luz daqui, a Terra. Mas tem variações de temperatura letais para eles, peladinhos, além de animais enormes, dinossauros, que simplesmente pisarão neles sem tomar conhecimento...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
-Faz o seguinte: mande lá a tropa, acabe com os dinossauros; quanto aos animais menores os humanoides já sabem se defender, apenas oriente como se abrigarem -lá cai água do céu- mas usando somente os meios existentes no planeta. Não esqueça do fogo ou morrerão de frio, lá tem oxigênio para ajudar queimar à vontade. Para não se estranharem, coloque o pessoal de X, Y e Z separados por boas distâncias.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
-Falou, Joe, vou dar um jeito. Mas uma coisa lhe digo, esses tipos ainda vão acabar com o planeta Terra que ia tão bem sem animais inteligentes...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
-Problema deles, já estamos fazendo muito em salvá-los da extinção, além disso manteremos expedições periódicas para acompanhar seu progresso. Mas sempre discretos, sem interferir, apenas alguma transferência de tecnologia quando se fizer necessário, um chipzinho ou outro...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
-Vão pensar que somos deuses...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
-É bom, manterá um pouco de ordem pelo temor ao incompreensível...</div>
<br />
<br />p.a.marangonihttp://www.blogger.com/profile/12041959482514730936noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1520097229794765429.post-28369608816906328532014-07-06T16:30:00.001-03:002017-05-24T13:57:42.089-03:00"O reino deste mundo"de Alejo Carpentier: o casamento entre a razão e o fantástico<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">Lí
finalmente a obra de Alejo Carpentier, ”O Reino deste mundo”. Razões
ideológicas ranhetas de minha parte haviam deixado desprezado na estante
este magnífico livro por anos. Carpentier,filho de europeus nascido em
Cuba abraçou com ardor a revolução cubana e seu padrinho Fidel. Vá
lá, mas não se pode negar o seu talento e principalmente o que Otto Maria
Carpeux afirma na apresentação do livro: nunca houve o rebaixamento de
sua arte para o nível de panfleto. Esse revolucionário autêntico também é
um grande artista.</span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">O
desprezo por obras de escritores comprometidos ideologicamente,
principalmente na ditadura Castrista, castrense & castradora me havia
afastado do sabor forte, intenso que só a região caribenha tem e que
foi literalmente copiada e colada por Alejo em suas páginas e talvez só
ele, geneticamente europeu mas brotado, regado e se desenvolvido em Cuba
poderia entender, visualizar e compor o viver, os pensamentos, crenças,
tão díspares dos colonizadores e dos negros num romance onde, na história
do vizinho Haiti, o real é socado no pilão da racionalidade europeia
com as pimentas da fantasia negra daquelas ilhas mágicas. Obra única por
um autor único. Abaixo, uma pitada; os negritos são meus:</span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">“...naquele momento,de volta à sua condição humana,o velho teve um momento de lucidez. <b>Viveu, no espaço de tempo de uma batida de coração, os momentos capitais de sua vida...</b></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">...sentiu-se
velho, velho de séculos incontáveis. Um cansaço cósmico, de planeta que o
tempo fizera deserto de pedras, caía sobre seus ombros descarnados por
tantos golpes, suores e revoltas. <b>Ti Noel gastara sua herança, e apesar de ter chegado à extrema miséria, deixava a mesma herança recebida.</b></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">...e
compreendia, agora, que o homem nunca sabe por que sofre e espera.
Sofre, espera e trabalha para pessoas que nunca conhecerá e que, por sua
vez, sofrerão, esperarão e trabalharão por outros que também não serão
felizes, <b>pois o homem deseja uma felicidade muito além da porção que
lhe foi outorgada. Mas a grandeza do homem consiste precisamente em
querer melhorar a si mesmo, a impor-se Tarefas</b>. No Reino dos Céus
não há grandeza a conquistar, pois lá toda hierarquia já está
estabelecida, a incógnita solucionada, o viver sem fim, a
impossibilidade do sacrifício, do repouso, do deleite. <b>Por isso,
esmagado pelos sofrimentos e pelas Tarefas, belo na sua miséria, capaz
de amar em meio às calamidades, o homem poderá encontrar sua grandeza,
sua máxima medida, no Reino deste Mundo.</b></span><br />
<br /></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
</div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
</div>
p.a.marangonihttp://www.blogger.com/profile/12041959482514730936noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1520097229794765429.post-41249146876155767242014-07-06T16:24:00.000-03:002014-07-06T16:24:33.101-03:00O livro "A elegância do ouriço" e suas infinitas entrelinhas<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">Acabo
de ler a magnífica obra de Muriel Barbery,um livro que tem uma
singularidade: traz outra obra escondida nas entrelinhas, entrelinhas que
superam as 350 páginas da edição brasileira da Companhia das Letras pois
são infinitas,elásticas,que se adaptam à idade,inteligência e vivência
do leitor. O que parece um romance é um guia que induz ao pensar, ao
manejar do que parece óbvio aos nossos olhos, ao que nos é
corriqueiro,através de uma mordacidade acetinada que nos surpreende e
nos obriga a revisitar o <i>prédio repleto de apartamentos</i> de nossa
vida em sociedade e os redecorar sem a máscara que inadvertidamente
-inconscientes ou condescendentes- passamos a usar no dia a dia.</span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
A
leitura é obrigatória aos amantes da filosofia, aos contestadores e aos
que pretendem que fórmulas manejadas ideologicamente possam modificar o
complexo comportamento humano, <i>primatas programados...</i></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<i data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">...a grande ilusão universal de que a vida tem um sentido que pode ser facilmente decifrado</i></div>
</div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i><br /></i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i>...detesto essa falsa lucidez da maturidade</i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i><br /></i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i>...a vida é absurda</i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i><br /></i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i>...ser brilhantemente bem-sucedido tem tanto valor quanto fracassar. É apenas mais confortável</i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i><br /></i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i>...somos seres vivos programados para acreditar no que não existe,porque somos seres vivos que não querem sofrer</i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i><br /></i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i>...uma síntese de pensamento ali onde os discursos oficiais erguem tapumes e proíbem a aventura</i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i><br /></i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i>...os
homens vivem num mundo em que são as palavras,e não os atos,que têm
poder...são os fracos que dominam...uma injúria terrível à nossa
natureza animal,um gênero de perversão,de contradição profunda</i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">Poderia
me estender em frases que fui sublinhando, mas tenho em mãos um exemplar
com centenas de marcas à caneta por tentar extrair as milhares de
entrelinhas -que são minhas- e vocês,cada um,certamente terão
outras,distintas. Vale a pena ser sacudido por esse presente da
literatura moderna.</span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"> </span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"> </span></div>
p.a.marangonihttp://www.blogger.com/profile/12041959482514730936noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1520097229794765429.post-18443964940843964952014-07-06T16:21:00.000-03:002014-07-06T16:21:21.820-03:00Erich M.Remarque e seus relatos de guerra: obrigatório para veteranos<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">Reli “<b>Nada de novo no front</b>” ou "<b>A Oeste nada de novo</b>"
para os portugueses. Mais que um fantástico livro de guerra é um manual
de psicologia guerreira que apesar das várias interpretações anti
belicistas,ao contrário de provocar desagradáveis lembranças aos
veteranos,reaviva o insuperável sentimento de camaradagem construído
debaixo de fogo,impossível de se obter em tempos de paz entre os
imperfeitos homens com seu egoísmo e vaidades. Muitos colegas se dividem
entre a cautela de nunca demonstrar saudades dos anos de
guerra,premidos pelos fracos tempos atuais do politicamente correto e as
lembranças boas,fortes,viris que secretamente os deixam orgulhosos. Não
há nada a esconder,foram grandes momentos que nos deram alicerces
únicos. Como poucos gostam de se dedicar à leitura,mesmo de um livro tão
conhecido e recomendado,selecionei alguns trechos que certamente se
mostrarão familiares aos veteranos de guerra e os atrairão para essa
obra prima da literatura mundial. Lamentarão as tragédias pessoais,as
perdas,mas se recordarão de seus momentos puros de homens despidos da
falsa casca,da máscara social,mesmo porque<i> os anos passarão e,por fim,pereceremos todos.</i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><b>Instrução básica</b>:</span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i>Tornamo-nos
desconfiados,impiedosos,vingativos e brutais – e isso foi bom,porque
eram precisamente estas as qualidades que nos faltavam. Se nos tivessem
mandado para as trincheiras sem esse período de formação,a maioria,sem
dúvida,teria enlouquecido. Mas,assim,estávamos preparados para o que nos
esperava.</i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i><br /></i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i>...O
mais importante,porém,foi que despertou em nós uma solidariedade firme e
prática,que na linha de frente se transformou na melhor coisa que a
guerra produziu:a camaradagem.</i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><b>O Front</b>:</span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i>...o
front é um redemoinho sinistro. Quando se está em águas calmas,ainda
longe de seu centro,já se lhe sente a força de aspiração que nos
arrasta,lenta e implacavelmente,sem encontrar muita resistência.</i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i><br /></i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i>O front não é nenhum quartel.</i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><b>E principalmente o homem,o combatente</b>:</span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i>…ao
primeiro ribombar das granadas,recua no passado milhares de anos. É o
instinto animal,que desperta em nós,que nos guia e nos protege.</i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i><br /></i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i>Andamos
sem pensar em nada...de repente estamos deitados em uma depressão na
terra,enquanto acima de nós voam os estilhaços...mas a gente não se
lembra de ter ouvido as granadas chegarem,nem de ter pensado em se
deitar. Se confiássemos no pensamento,já seríamos um monte de carne
espalhada por todos os lados.</i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i><br /></i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i>Dois anos de tiros e granadas...não é algo que se pode despir,como uma roupa.</i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i><br /></i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i>É este acaso que nos torna indiferentes.</i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i>...Cada soldado fica vivo apenas por mil acasos</i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i><br /></i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i>Tornamo-nos
animais selvagens. Não combatemos,nos defendemos da destruição. Sabemos
que não lançamos as granadas contra homens,mas contra a Morte,que nos
persegue,com mãos e capacetes.</i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i><br /></i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i>Uma
raiva louca nos anima,não esperamos mais indefesos,impotentes,no
cadafalso,mas podemos destruir e matar,para nos salvarmos...</i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i><br /></i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i>...ficamos
estendidos,ofegantes,descansando,sem falar. Nossa exaustão é tanta
que,apesar da terrível fome,nem pensamos nos enlatados. Só pouco a pouco
vamos nos transformando novamente em algo parecido com seres humanos.</i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i><br /></i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i>Só
uma coisa nos conforta:ver que há outros mais fracos,mais abatidos,mais
desamparados,que nos olham com os olhos esbugalhados,como se fôssemos
deuses que muitas vezes conseguiram escapar da morte.</i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i><br /></i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i>Exatamente
como nos transformamos em animais quando vamos para o front,porque é a
única maneira de nos salvarmos,nos tornamos humoristas e vagabundos
quando estamos descansando.</i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i><br /></i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i>Em parte,já estamos acostumados:a guerra é uma maneira de morrer,como o câncer e a tuberculose,como a gripe e a disenteria.</i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i><br /></i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i>Somos soldados,e só depois,de uma maneira estranha,quase envergonhada,é que somos indivíduos.</i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i><br /></i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i>Há
entre nós uma grande fraternidade,algo do companheirismo das canções do
povo,um pouco do sentimento de solidariedade dos prisioneiros e da
desesperada lealdade que existe entre os condenados à morte</i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i><br /></i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i>...Se
quiséssemos atribuir um valor a isso,numa classificação,teríamos que
dizer que é ao mesmo tempo heroico e banal. Mas quem perde tempo com
coisas desse tipo?</i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i><br /></i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i>A
vida,aqui nas fronteiras da morte,assume um aspecto de grande
simplicidade,se limita ao essencial,ao que é estritamente
necessário;todo o resto é envolvido por um sono profundo.</i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i><br /></i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i>Despertou
em nós o sentimento de companheirismo,para que pudéssemos escapar ao
espectro da solidão;emprestou-nos a indiferença dos selvagens,a fim de
que,apesar de tudo,sentíssemos a cada momento o elemento positivo,e o
armazenássemos contra o ataque do Nada.</i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i><br /></i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i>Ressuscitarão
os dias,as semanas,os anos de trincheira,e nossos companheiros mortos
se levantarão para marchar conosco;nossas mentes estarão lúcidas,teremos
um objetivo,e assim marcharemos,com os companheiros mortos ao nosso
lado,os anos de front como retaguarda. Contra quem? Contra quem
marcharemos?</i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i><br /></i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i>E as pessoas não nos compreenderão</i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i><br /></i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i>Seremos
inúteis até para nós mesmos. Envelheceremos,alguns se adaptarão,outros
simplesmente se resignarão e a maioria ficará desorientada;os anos
passarão e,por fim,pereceremos todos.</i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i><br /></i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i>Levanto-me.</i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i>Estou
muito tranquilo. Que venham os meses e os anos:não conseguirão tirar
mais nada de mim,não podem me tirar mais nada. Estou tão só e sem
esperança que posso enfrentá-los sem medo. A vida,que me arrastou por
todos estes anos,eu ainda a tenho nas mãos e nos olhos. Se a venci,não
sei. Mas enquanto existir dentro de mim – queira ou não esta força que
em mim reside e que se chama Eu – ela procurará seu próprio caminho.</i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i> </i></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><i> </i></span></div>
p.a.marangonihttp://www.blogger.com/profile/12041959482514730936noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1520097229794765429.post-19779258276767449212014-07-06T16:17:00.000-03:002014-07-06T16:17:13.094-03:00Diálogo com a vida - Shakespeare<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">Lendo "<b>Medida por medida</b>"
(Edições Melhoramentos, 1958, tradução de Carlos Alberto Nunes) ato
III, cena I, encontrei um magistral diálogo com a vida que aqui
transcrevo para meditação dos leitores. Cenário: um quarto na prisão.
(os negritos são meus)</span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"> </span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">CLÁUDIO — Aos infelizes resta um só remédio: a esperança. Espero ainda viver, mas estou pronto para a morte.</span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"> </span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">DUQUE — <b>Contas
certo com a morte; desse modo, tanto ela como a vida se tornarão mais
doces. Dialogai com a vida deste modo: Em te perdendo, perderei o que os
tolos, tão-somente, cuidam de preservar.</b></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">Só és um sopro submetido às influências mais variadas do tempo, que visitam a toda hora tua casa com aflições. <b>És simplesmente um joguete da morte, pois só cuidas de evitá-la e não fazes outra coisa senão correr para ela.</b></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">Não
és nobre, pois quanto de conforto podes dar-nos, se nutre de baixezas;
nem valente podes chamar-te, ao menos, pois tens medo do dardo brando e
frágil de um gusano mesquinho. <b>Teu melhor repouso é o sono, que invocas tão frequente; no entretanto, mostras pavor insano de tua morte, que outra coisa não é.</b></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">Tu não és tu, pois vives em milhões de grãos nascidos da poeira. <b>Feliz, também não és, pois só cuidas de obter o que te falta, olvidando o que tens.</b></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">Não és constante, porque tua compleição, segundo as fases da lua, está sujeita a variações. <b>Se
és rica, és pobre; porque tal como o asno vergado sob o peso de tanto
ouro, só levas tua riqueza uma jornada, vindo a morte, depois,
descarregar-te.</b></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">Amigos
não possuis, porque tuas próprias entranhas, que por mãe te reconhecem,
e até mesmo o que os rins verter costumam, o reumatismo, as úlceras e a
gota te amaldiçoam por não darem cabo logo de ti.<b> Não tens nem
mocidade nem velhice, não sendo, por assim dizer, mais do que um sono
após a sesta, que sonha com ambas, porque a tão ditosa juventude
envelhece à força, apenas, de suplicar esmolas à impotente decrepitude.</b></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">Quando és velha e rica, careces de afeição, calor, beleza, que os bens te tornem gratos. <b>Que
merece, pois, o nome de vida nisso tudo? Mais de mil mortes essa vida
oculta; no entanto temos tanto medo à morte, que é o que, no fim da
conta, tudo iguala.</b></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><b> </b></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;">CLÁUDIO — De todo o coração vos agradeço. <b>Desejando viver, agora o vejo, só procurava a morte, e, nesse empenho afinal, acho a vida. Pois que venha!</b></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><b> </b></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><b> </b></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><b> </b></span></div>
<div data-mce-style="text-align: justify;" style="text-align: justify;">
<span data-mce-style="font-family: inherit;" style="font-family: inherit;"><b> </b></span></div>
p.a.marangonihttp://www.blogger.com/profile/12041959482514730936noreply@blogger.com0