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"O bom do livro é que quando ele acaba continua cheio e a gente pode ler de novo" (Joaninha,3 anos)

domingo, 29 de janeiro de 2017

A inútil busca da felicidade

pagãos inocentes da decadência” (f.pessoa)


As crianças –só as pequeninas-  são as únicas verdadeiramente felizes. Vivem o momento. São felizes porque não tem conhecimento. Ainda não se descobriram, nem aos demais pobres seres semelhantes. Depois são paulatinamente esmagadas como todos os adultos pela noção, ainda que recusada e escondida num recanto do cérebro, de uma existência cruel rumo ao nada, engolfados por uma coleção de complementos inventados para obnubilar a consciência e o acúmulo de saber inconcluso  que espicaçam a cada ato, a cada momento, e deixam o humano no limiar do desespero ou da loucura, que nada mais é que outra forma de viver, tão válida como a dos chamados sãos. O final será o mesmo para ambos. O que é a música, o amor, as bebidas, as drogas, as religiões, os deuses, senão fórmulas exatamente iguais de enevoar, atenuar uma existência absurda, inútil?