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"O bom do livro é que quando ele acaba continua cheio e a gente pode ler de novo" (Joaninha,3 anos)

domingo, 22 de setembro de 2019

Do surgimento aleatório do ser humano ao progresso rumo a sua extinção

P.A.Marangoni

E “Deus” criou o homem, o ornitorrinco e o pangolim... Imaginação fértil a do barbudo, só não suplanta a do próprio homem que O criou para não se sentir uma obra do acaso.

Cheguei aos 70 anos, prestes a ser desmontado e olho para trás. Realizei coisas interessantes nas passadas décadas, mas que foram engolidas pelo tempo, esse vilão que não conseguimos entender e dominar, e tudo o que fiz, passei, realizei, tem a mesma textura palpável de um filme de ficção ou uma historinha infantil, ou seja, nada. Qual o valor da vida? Qual o futuro do animal humano que desenvolveu a capacidade de acumular conhecimentos e ao juntá-los consegue tomar atitudes e criar eventos aparentemente inéditos, mas que não passam de uma mistura de experiências já vividas, próprias ou alheias? Mas o animal homem chama isso de inteligência e se acredita superior aos demais seres viventes do planeta, todos surgidos aleatoriamente – inclusive o próprio planeta.

E o Homem idealizou Deus, os anjos, a alma... Imaginação fértil a dos bípedes pelados, juntando fatos que não entendem mas os veem como um aval à sua superioridade e da garantida continuação da vida após a morte, um evento que nada mais é que a dissolução de um ser vivente que retorna ao estado original de partículas que se aglutinarão às demais ou vagarão como gases por aí, sem qualquer consciência.

A vida consciente ou qualquer forma de vida e o próprio Universo, não tem sentido ou valor, pois não ser é superior a ser, o Nada é superior ao Todo. O tempo engole a tudo e a todos e não os defeca, nada resta num tempo infinito.

O futuro distante não é o paraíso sonhado. Com plena “felicidade” advinda do conhecimento não há necessidade de vínculos afetivos, o indivíduo se basta; com pleno conhecimento para manter indefinidamente os arquivos da mente de forma artificial e aperfeiçoada, não há necessidade de um corpo perecível para armazená-lo e elimina-se a procriação, ato primitivo de seres de curta duração para a sobrevivência de sua Espécie. Assim será o futuro, seres de material artificial e renovável, autossuficientes, rumando para a construção de uma única máquina que englobe todo o conhecimento, o que tornará obsoleta a função do “poder”, origem dos nossos  males. Verdadeiramente será essa máquina o “Deus” real. Os humanos de carne e ossos são apenas formas de vidas intermediárias, que deram início ao processo mas destinadas à extinção por sua própria vontade, através da evolução. E depois virá o Nada, pois uma máquina perfeita saberá que o Nada é infinitamente superior à existência e se auto consumirá, levando consigo todo o inútil Universo.

domingo, 10 de março de 2019

Maria da Silva: Lediglich ein Bild des brasilianischen Alltags





Man kann "Maria da Silva" nicht als Science-Fiction  bezeichnen, weil es ein Porträt des Alltags ist, ohne zu beschönigen. Ein kleines Buch über die kurze Lebensdauer einer Müllsammlerin. Hier gibt es keine überflüssigen Beschreibungen, so dass die Phantasie des Lesers die Umgebung zusammenfügen muss, indem er das Drama im Rahmen der Szene liest, die er kennt, die sich in seiner Nähe abspielt, die er im Alltag visualisiert und deren Herz er nicht kennt. "Marias da Silva" sterben täglich an Hunger und unbehandelten Krankheiten in einer kurzen und tragischen Reise des Lebens, und bergen darin eine ganze Geschichte, die von anderen Mitbürgern ignoriert wird. Es ist an der Zeit, sie als menschliche Wesen zu sehen, und dieses kleine Buch kann dabei helfen. Ich habe das Gefühl, dass das Werk nicht mir gehört, ich bin nur der Moderator der Botschaft von Maria da Silva. Ich glaube, wenn sich einige Leser ändern, nachdem sie dies kennengelernt haben, und sei es nur, dass sich der Ausdruck ihres Blickes auf die Müllsammler ändert - die das Verabscheute sammeln und nicht betteln - wird die mir zufällig anvertraute Mission erfüllt sein ...


MARIA DA SILVA