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"O bom do livro é que quando ele acaba continua cheio e a gente pode ler de novo" (Joaninha,3 anos)

domingo, 6 de julho de 2014

Humanos: os animais descaracterizados e infelizes

Sépia sobre foto de Andy Clark/Reuters

Talvez ainda existam alguns pequenos grupos de animais da espécie humana em regiões de difícil acesso no planeta Terra. Mas a esmagadora maioria foi descaracterizada, são hoje apenas um subproduto da sociedade, que criada pelos próprios humanos, cresceu e assumiu o controle. Os seres humanos já há alguns séculos não são mais que um infeliz urso de circo, adestrado para atos contrários à sua natureza para angariar aplausos que lhe são inúteis…

Diferente da vida primitiva e natural, o homem de hoje não é mais um animal idêntico ao que marcha ao seu lado em busca de caça mas peça anônima de um conjunto de atitudes elaboradas por ele mesmo durante milênios. A cada ato nosso estamos usando a acumulada experiência, criatividade, os sonhos, as verdades descobertas, as mentiras disfarçadas, a vaidade, a bondade ou a maldade de outros que antes de nós pela vida passaram. Se o urso não é retirado de seu habitat ele viverá sempre como os de sua espécie, geração após geração; se ele é retirado da natureza e torturado até aprender que deve seguir regras a cada apito ou chicotada, agir sempre da forma solicitada por alguém mais poderoso e temido, ele deixa de ser um animal, é apenas uma massa viva que funciona de maneira artificial.

O próprio Homem criou o circo – a Sociedade- e o chicote -as leis e regras não escritas- e hoje, equilibrado num monociclo, gira inutilmente em torno do picadeiro Vida. Cada um representa seu penoso papel para conseguir com dificuldades diversas e em porções desiguais o que a natureza lhe destinara em igualdade na matilha: acordar, buscar comida para si e a prole, deitar ao sol na metade do dia, enrodilhar-se na caverna ao entardecer com a família…



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